Tenente brasileiro relata cenas de horror e resgate de colega de escombros no Haiti UOL Notícias Em São Paulo Ricardo Couto, tenente da Polícia Militar pernambucana, contou pela internet como foi sua experiência durante e depois do terremoto que arrasou Porto Príncipe, a capital do Haiti.
Ele faz parte da força de paz da ONU que está no país caribenho.
Leia abaixo o relato resumido dele: “Ontem, eu estava na base em Porto Príncipe quando por volta das 16h50 aconteceu o terremoto.
Acreditem: nenhuma montanha russa, nenhum brinquedinho de gamestation poderá na minha vida superar a sensação que senti quando vi o mundo literalmente balançar na minha frente.
Foi incrivelmente ridículo eu achar, em um primeiro momento, que estavam batendo com alguma coisa muito pesada no contêiner que eu estava.
Paredes do contêiner viraram teto e vice -versa.
Todas as coisas do escritório caiam em cima de mim, e comecei a tirar todos que ainda estavam lá dentro.” O tenente da PM Ricardo Couto está desde agosto no Haiti participando das tropas de paz “Uma canadense estava colada ao chão de tanto medo.
Tive que forçá-la a sair.
Após isso, o tremor continuou e aumentou.
De repente, ouvimos um barulho terrível que vinha do solo como se alguém estivesse jogando uma bomba na gente.
Isso durou tempo suficiente para que toda a base fosse jogada de um lado para o outro bruscamente.” “Foi literalmente a pior sensação que já senti em minha vida, pois me senti totalmente inútil sem poder fazer nada diante da grandeza daquele fato.
Após o choque, abrimos todos os procedimentos de segurança e liderei um comboio inteiro com o carro que estava sob minha responsabilidade em direção ao quartel do Comando Geral da Minustah [missão de estabilizadora das Nações Unidas no Haiti], porque até então existia uma boato que o prédio inteiro havia caído e que existiam muitos mortos nos escombros do edifício de seis andares.
Quando fomos para o trânsito, o caos e o pânico estavam instalados.
A população, em sua maioria estava nas ruas com medo de ficar em suas casas, tornando o trânsito por lá um verdadeiro inferno.” “Vi cenas que só vejo em filmes: crianças mortas nos braços de mães e pais que pediam ajuda quando viam nosso veículo, gente morta no meio da rua, casas completamente destruídas, lacerações gravíssimas, idosos necessitando de atenção médica urgente.” “Quando finalmente chegamos perto do hotel Christopher, sede da Minustah, tivemos que parar nosso comboio porque não tínhamos mais como passar pelos escombros.
Então, decidi liderar o comboio a pé e me deparei com um pequeno holocausto haitiano.
Não acreditava o que estava acontecendo: os seis andares cheios de pessoas haviam simplesmente sido reduzido a meros escombros que não chegavam à altura de um único andar.” PS: daqui a pouco publicamos um relato completo enviado pelo militar Em Blog, policiais militares de Pernambuco no Haiti dizem que estão bem Entre quatro brasileiros, oficial militar de Pernambuco é selecionado para Missão de Paz no Haiti