De Economia / JC O aumento nas contas de luz ocorrido no final do ano passado e começo de 2010 também atingiu um grande número de consumidores em municípios fora do Grande Recife.
De acordo com alguns Procons municipais presentes no Estado, as queixas registradas têm sido semelhantes às dos habitantes da capital e cidades próximas: elevação inesperada no valor cobrado e no consumo apontado nas faturas, superior, na maioria dos casos, a 20%.
Esse percentual, segundo a Celpe, é considerado normal para esta época do ano.
Em razão do clima quente há, naturalmente, um maior consumo de ventiladores e ar-condicionados, assim como de geladeiras, geláguas e freezers, que trabalham consumindo mais energia no calor.
Em Petrolina, no Sertão, a diretora do Procon municipal, Geraldina Cavalcanti Lins, mal retornou de suas férias e encontrou o órgão cheio de consumidores reclamando dos aumentos na conta de luz.
Na cidade, comenta, só existe uma agência de atendimento da Celpe. “Com isso, os contatos iniciais que nós fazíamos por telefone com a empresa para tentar resolver os casos não estão sendo realizados, pois a demanda de reclamações é muito alta lá também.
Passamos diretamente para outra etapa, que é de enviar a carta de informações preliminares”, conta.
A Celpe tem dez dias para responder esse documento, dando seu parecer para o caso encaminhado pelo Procon.
Em Caruaru, no Agreste do Estado, dos cerca de 80 atendimentos diários registrados no Procon da cidade, algo em torno de 30 reclamações são referentes ao valor bem mais alto cobrado nas faturas de energia elétrica. “O que tem chamado atenção da gente é que a conta justifica o encarecimento, mostrando que o consumo aumentou bastante.
Acontece que há habitantes que negam terem mudado seus hábitos a tal ponto”, afirmou o coordenador-geral, Adenildo Batista.
Ele cita o caso de um morador da zona rural da cidade que possui um pequeno sítio.
Segundo sua última conta de luz, referente a dezembro, ele praticamente dobrou o seu consumo, passando de 700 kWh para 1.500 kWh. “Essa reclamação, por exemplo, nós enviamos diretamente para a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe)”, complementou Batista.
Em Timbaúba, na Zona da Mata Norte, o Procon municipal precisou criar dois dias especiais para audiências, passando de um encontro semanal entre consumidores e a Celpe, para três, tamanho é o volume de queixas. “Houve pessoas cujas contas passaram de R$ 60 para R$ 200”, exemplificou a coordenadora-geral do órgão, Flávia Carvalho.