Por Roberta Soares, de Cidades / JC betasoares8@gmail.com As passagens dos ônibus em circulação na Região Metropolitana do Recife devem sofrer um aumento ainda este mês.
Pelo menos essa é a expectativa do setor, com base no que vem acontecendo desde o início da gestão Eduardo Campos, que determinou que a majoração seria dada apenas uma vez por ano e sempre em janeiro.
Seguindo a prática dos dois últimos anos, o reajuste teria como indexador mais uma vez o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cujo acumulado até novembro último foi de 4,18%.
Se o reajuste acompanhar o índice, como ficou condicionado pelo Estado, as tarifas aumentariam entre R$ 0,05 e R$ 0,15, contando os possíveis arredondamentos.
Dessa forma, o anel A, utilizado por 1,4 milhão de pessoas, ou 78,2% dos passageiros diários do Grande Recife, subiria de R$ 1,85 para R$ 1,93.
Com o arredondamento, passaria para R$ 1,95.
O anel B, hoje com valor de R$ 2,80, subiria para 2,92 ou R$ 2,95, se fosse arredondado.
O anel D sairia de R$ 2,25 para R$ 2,35, e o anel G, de R$ 1,20 para R$ 1,25.
N o ano passado, as passagens subiram 6,14%.
O IPCA de dezembro ainda não tinha sido fechado até ontem, mas a expectativa dos economistas é que haja pouca alteração em relação ao percentual de 4,18%.
A possível majoração das tarifas de ônibus, entretanto, parece que virou assunto proibido no governo, embora tenha sido o próprio governador quem determinou que o aumento sempre seria aplicado em janeiro.
Ontem, o Grande Recife Consórcio de Transporte se calou.
O presidente da entidade, Dilson Peixoto, sequer atendeu a reportagem.
Por meio da assessoria de imprensa, disse que não há nada formalizado no governo.
Nem mesmo a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que na teoria aprova ou veta o reajuste, estaria agendada.
O secretário das Cidades e presidente do CSTM, Humberto Costa, foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa para falar sobre o possível reajuste, mas não deu retorno.
Os empresários do setor também não quiseram comentar o assunto.
No ano passado, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Setrans), agora renomeado Urbana-PE, defendeu uma majoração de 29% e só obteve 6,14%, num claro desgaste com o governo. “Não vejo como ser dado um aumento agora, quando nada do que foi prometido pelo Estado com a criação do Consórcio Metropolitano de Transporte foi cumprido.
Temos apenas a construção de terminais de integração, mas o conselho está esvaziado e, assim como no antigo formato, se reúne poucas vezes, apenas para ratificar as decisões do Grande Recife”, criticou Cirano Lopes, representante dos usuários de ônibus no CSTM e um dos poucos a concordar falar sobre o tema.