No R7 A liderança do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal quer bloquear pelo menos R$ 500 milhões em recursos federais destinados a empresas investigadas no chamado mensalão do DEM.

A oposição vai entregar na tarde desta terça-feira (12) um requerimento solicitando que a CGU (Controladoria-Geral da União) coloque na lista de empresas inidôneas (que não podem receber dinheiro público) as firmas investigadas.

Se a CGU atender ao pedido da oposição, empresas que têm contratos com o governo de José Roberto Arruda devem ter recursos bloqueados.

A CGU só pode interferir em recursos federais administrados pelo governo do DF.

Quase metade do orçamento de aproximadamente R$ 18 bilhões do governo do DF (somada a arrecadação e o Fundo Constitucional) vem do governo federal.

Do montante de R$ 7,7 bilhões da União, R$ 7,2 bilhões serão destinados para pagar pessoal e R$ 500 milhões para gastos livres.

A deputada Erika Kokay (PT) vai se reunir na tarde de hoje com o ministro interino da CGU, Luiz Navarro, para apresentar o requerimento.

Levantamento do gabinete da deputada mostrou que pelo menos R$ 450 milhões estão previstos no orçamento deste ano para pagar empresas de informática citadas no inquérito da Polícia Federal como financiadoras do esquema de corrupção no DF. - Vamos recorrer a um órgão federal para tentar limpar o Orçamento do Distrito Federal.

Se as empresas fossem consideradas inidôneas, o governo teria que fazer novas licitações para dar continuidade aos programas.

A oposição também quer impedir que parlamentares investigados pela PF participem das investigações nas comissões da Câmara Legislativa do DF.

A criação da Comissão Especial, que seria responsável por julgar os pedidos de impeachment contra o governador Arruda, ainda é uma incerteza na Casa.

Apesar de o plenário ter determinado, ainda em dezembro, que a comissão seria aberta na volta dos trabalhos na autoconvocação, a base governista tenta evitar a formação do grupo e tenta atribuir à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) a atribuição por toda a tarefa de analisar as acusações contra Arruda.

A falta de cronograma de trabalhos, estratégia adotada ontem pelos governistas depois de assumirem os principais cargos nas comissões, fez com que a Câmara voltasse a um “recesso branco”.

Na prática, o esvaziamento político forçado pelos parlamentares da base fará com que o legislativo do Distrito Federal só volte a funcionar no dia 2 de fevereiro, quando termina de fato o recesso.