Depois de afirmar que a corrupção é o maior mal do Brasil e de cobrar segurança para a população, o cardeal primaz do Brasil, Dom Geraldo Magela, disse esta tarde ao celebrar missa de comemoração pelos 20 anos da organização católica Obra de Maria, em Recife, na presença de mais de 20 arcebispos e bispos e de 60 padres, que “não há quem possa tornar legal o mal”, citando explicitamente, como o mal, o decreto do Governo Federal que, com o pretexto defender os direitos humanos, se refere a vários direitos fundamentais, entre eles o da liberdade religiosa.

Sem citar explicitamente ninguém, Dom Geraldo, disse que diante do que está acontecendo os católicos precisam " pedir à Virgem Maria que reze por nós" e disse que o Senhor “terá compaixão do seu povo que está na Terra de Santa Cruz e que sempre venerou a cruz de Nosso Senhor”. ( referia-se a um dos ítens do decreto que prevê a retirada da cruz de repartições oficiais).

Muito aplaudido pelas mais de 3 mil pessoas presentes ao Centro de Convenções, onde a missa estava sendo celebrada, D.

Geraldo reforçou, em sua homilia, o que tinham dito pela manhã e no princípio da tarde vários pensadores católicos e bispos que deixaram claro em suas pregações o descontentamento com o decreto presidencial. “Os bispos brasileiros certamente não vão se calar diante disso” - afirmou, pela manhã, o arcebispo de Palmas, Dom Alberto Taveira, recem nomeado para comandar o arcebispado de Belém, no Pará, e que foi designado pelo Vaticano para comandar as novas comunidades católicas no Brasil.

D.

Alberto também se referiu à possibilidade de legalização do aborto, condenando a medida.

Dois cardeais, 56 arcebispos e bispos e mais de 200 padres do Brasil, Europa e África estão no Recife desde quinta-feira participando das festividades de comemoração dos 20 anos da Obra de Maria mas nos dois primeiros dias, quando ainda não se conhecia o real conteúdo do decreto presidencial, quase nada se comentou sobre o assunto.

A reação veio hoje e deve prosseguir este domingo quando as festividades continuam pela manhã e serão encerradas com uma missa celebrada por dezenas de bispos, entre eles o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido.