De Cidades / JC Depois de muita polêmica, o poder municipal e o Metrô do Recife (Metrorec) chegaram a um acordo em relação à continuação da duplicação do Viaduto Capitão Temudo, na Ilha Joana Bezerra, uma das principais obras viárias da cidade, responsável pela ligação do Centro à Zona Sul.

O impasse foi criado no fim do ano passado porque o projeto original, elaborado em 1976, previa a construção de oito pilares nas proximidades dos trilhos do metrô, sendo que dois deles ficariam justamente entre as linhas de ferro.

Quando o plano foi elaborado não havia metrô no local e, 30 anos depois, a prefeitura havia esquecido de atualizar o projeto.

Agora, apresentou a solução técnica e o Metrorec deu o sinal verde.

Para construção da fundação, os cabos subterrâneos entre as linhas vão ser remanejados e colocados numa vala provisória, mais afastada dos trilhos.

Ainda vai ser construído um pilar provisório entre as duas vias.

Na terça-feira, os técnicos da prefeitura vão apresentar o plano de execução das obras. “Acreditamos que, uma semana depois, o metrô nos retorne positivamente para começarmos o trabalho”, explicou o presidente da Empresa de Urbanização do Recife (URB), Jorge Carrero.

Ele comunicou que o custo adicional “em virtude do metrô no meio do caminho” vai ficar em aproximadamente R$ 3 milhões.

No fim do ano passado, a superintendência do Metrô do Recife havia informado à prefeitura que, para levantar os pilares e tocar a obra, os operários só poderiam trabalhar três horas e meia por dia, por questão de segurança.

Paralisar todo o sistema para construção dos dois pilares acarretaria 200 mil pessoas sem transporte público enquanto o trecho da duplicação estivesse sendo erguido.

O horário diário proposto seria entre meia-noite e 3h30, período em que é possível desligar a rede de energia com 3 mil volts.

A prefeitura descartou a proposta do Metrorec.

CONCLUSÃO Ontem, o secretário de Planejamento Participativo, Amir Schvartz, assegurou que o prazo para a conclusão da obra é junho deste ano.

A intervenção vai custar R$ 35 milhões aos cofres municipais.

O gerente de Projetos do Metrorec, João Batista, informou que, tanto para o remanejamento dos cabos quanto para a instalação do pilar provisório, não será necessário paralisar a operação. “Foi uma premissa que definimos.

O metrô não vai ser paralisado.

Segue o horário normal.” O trecho que está sendo duplicado tem 580 metros de extensão, do Centro em direção a Boa Viagem.

No sentido contrário, serão 480 metros.

A área do impasse tem 60 metros.

Duas alças complementam o projeto, ligando o viaduto à Rua Imperial e permitindo acesso direto a bairros como Afogados, Areias, Estância e Imbiribeira.

Com as alças, quem trafegar pela Rua Imperial poderá subir o viaduto e acessar a Avenida Agamenon Magalhães.

Os que forem em direção a Boa Viagem, poderão descer do viaduto e entrar na Rua Imperial, ganhando tempo para chegar a Zona Oeste.

Oito faixas de rolamento comportarão o fluxo de veículos nos dois sentidos do novo viaduto.

Hoje, são quatro.