(Foto: Hélia Scheppa / JC Imagem) De Política / JC Depois de um clima acirrado pelas eleições internas, o PT em Pernambuco dá sinais de que a paz poderá existir dentro da legenda.
Em entrevista ontem à Rádio Folha, Humberto Costa, líder da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), reforçou a necessidade de unidade no partido e considerou que o nome de João Paulo – da corrente adversária Centro de Esquerda Unificado (CEU) – não está descartado para o Senado.
As palavras de Humberto foram recebidas de forma positiva pelo ex-prefeito, que identificou a tendência de “desaquecimento da tensão” dentro do PT.
Para João Paulo, a entrevista de Humberto pode ser vista como “um gesto significante”. “Acho que é um novo ambiente que está sendo colocado no partido”, destacou.
Dias antes, João Paulo tinha afirmado que a CNB – que venceu as eleições internas do partido no Estado – é quem deveria indicar o nome do PT para compor a chapa de reeleição do governador Eduardo Campos (PT).
Porém, o ex-prefeito defendeu que esse debate passe pelo governador junto com os partidos aliados e com o presidente Lula.
Ontem, Humberto Costa declarou que o nome do PT ao Senado não estava definido.
Acrescentou que essa construção deveria ser feita com os partidos da base do governo, com o aval do governador e do presidente Lula. “Não temos (a CNB) nenhuma vocação autoritária para querer definir qualquer candidatura.
Não existe ninguém previamente descartado nem previamente definido para ser candidato.
No momento adequado, depois do nosso congresso em fevereiro, vamos iniciar essa discussão”. “Acho que é uma posição mais madura de quem quer o diálogo”, entendeu o ex-prefeito.
Sem poupar elogios à administração de João Paulo na Prefeitura do Recife, Humberto considerou ainda que João Paulo pode ser um dos nomes escolhidos pelo partido ao Senado, assim como o deputado federal Maurício Rands e ele mesmo.
Mas defendeu a importância da unidade no partido.
O secretário estadual das Cidades disse ainda que acredita numa reaproximação entre João Paulo e o prefeito João da Costa (PT), antes aliados próximos e hoje distantes. “No que eu puder ajudar para que esses laços se restabelecerem, naturalmente que eu farei”, frisou.
Ao JC, Humberto falou também sobre a vaga de vice na chapa governista.
Ele ressaltou que não tem posição sobre isso e que tudo dependeria de Eduardo Campos (PSB).
Caso o governador abra essa discussão, “o PT naturalmente fará esse debate, mas não tem posição prévia sobre isso”.