No R7 O cinema nacional ganhou recentemente a história do presidente Lula na telona e agora mira a biografia de mais um político vivo: a do ex-presidente da República e atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

O cineasta Silvio Tendler confirmou ao R7 que o senador topou a ideia após dar depoimento para uma produção sobre Tancredo Neves que Tendler lançará em abril, mas disse que ainda não há previsão para as filmagens e que não será um documentário “para levantar a bola” de Sarney. - Não é um filme para botar panos quentes em nada. É uma viagem em torno do mais antigo político brasileiro.

Eu queria fazer uma longa entrevista com ele sobre a política brasileira, não é um baba-ovo.

Ele falou “vamos fazer, eu topo fazer esse filme porque quero falar também”. É um filme que é interesse dos dois.

A assessoria de Sarney confirmou à reportagem a conversa do senador no final do ano passado com o cineasta e disse que não foi discutida ajuda financeira ao filme por parte do parlamentar.

O filme ainda não tem nome, data, nem previsão de quanto vai custar.

Tendler disse que tem dois outros projetos para depois de abril, mas que passará na frente o de Sarney se conseguir recurso - público ou privado - e que o senador não se propôs a bancar o filme “porque não ficaria bem”. - O que sair primeiro [recurso] eu vou fazer.

Se conseguir alavancar a produção para o [filme do] Sarney, vou direto nele.

Hoje não tenho recursos.

Tendler disse que o filme não está ligado a “nenhum desejo do Sarney de vincular a nenhum fato político” e que ficará “pronto quando tiver que ficar”, mas que deve sair em 2011, após as eleições. - Não é um filme que está ligado a nenhum calendário eleitoral, não tem nenhuma cronologia.

Tendler disse que não quer passar “esponja” em passagens polêmicas da vida de Sarney, mas que os “escândalos conjunturais” - como os que atingiram o senador no ano passado - ‘’não fazem parte da matéria” do seu filme.

Sarney foi acusado, entre outras coisas, de usar decisões secretas no Senado para beneficiar parentes e aliados com cargos e salários, mas o Conselho de Ética arquivou todos os pedidos de investigação contra ele.

O cineasta - que já filmou a história dos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart - contou que o filme sobre Tancredo Neves já ouviu - além de Sarney - o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), e que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e neto de Tancredo “está na fila para ser ouvido”. - É um filme sem preconceitos, vamos conversar com gente de todos os quadrantes políticos.