Do Blog do deputado federal Paulo Rubem Para onde vai a Educação do Recife?
No final de 2009, chegaram à caixa de entrada do meu endereço eletrônico, duas mensagens de pessoas diferentes, que continham conteúdos semelhantes.
Uma era endereçada ao prefeito da cidade do Recife e a outra as educadores da rede municipal do Recife.
Confesso que não me senti muito surpreso com relação às referidas cartas, pois os rumores do que estava se passando na rede de ensino da capital corriam em vários setores da cidade ligação às lutas pela educação pública.
Ao analisar as duas mensagens quero dar um destaque para a carta do Professor Flávio Brayner, que pediu exoneração do cargo de substituto imediato do Secretário de Educação, por não suportar mais a forma como está sendo administrada aquela pasta.
Quando tomei conhecimento do nome indicado para ser secretário da educação do Recife, liguei para ex-companheiras (os) do setorial de educação do PT para comentar nossa estranheza com a escolha, embora conheça Cláudio Duarte desde a fundação do PT e sempre tenha tido um diálogo aberto e franco com ele sobre nossas lutas e conflitos naquele partido.
Nossa estranheza se prendia ao fato do PT ter um Setorial de Educação oriundo da antiga CAEd, Comissão de Asuntos Educacionais do PT, com larga experiência, diversas publicações sobre políticas educacionais e vários exitosos resultados sistematizados de outras administrações do partido.
O problema da educação do município não é era nem nunca foi de ordem “técnica” nem de “desobediência” , sempre tendo sido um desafio de Política Educacional.
Qual o Projeto de Educação que estava sendo implantado desde 2001 e para qual deveria ser mudado a partir de 2009?
Com um ano de gestão perguntamos: qual é o Projeto político pedagógico das escolas e da rede de ensino?
Na definição e avaliação da Política Educacional da Rede qual o papel das Conferências Municipais de Educação?
Qual o papel dos Conselhos Escolares, previstos em lei de nossa autoria aprovada em 1991?
O que a administração atual entende por Gestão Democrática?
Qual das organizações – Fundação Roberto Marinho, Instituto Airton Senna, Fundação Alfa e Beto – decidiu suspender o processo de eleição direta nas escolas?
Por que motivos a Secretaria Municipal de Educação assinou convênios com essas instituições?
Que soluções tais as mesmas teriam que a própria comunidade escolar ao lado dos técnicos da Secretaria, do próprio Secretário e Gestores não poderiam construir democraticamente?
Em nosso site já expusemos em artigos e matérias a monumental construção que a sociedade brasileira tem feito na defesa da escola pública de qualidade.
Em especial registramos os avanços legais e as diretrizes aprovadas, pelo menos desde a Constituição Federal de 1988, para que se promova inclusão, qualidade, financiamento adequado e gestão democrática.
Terá isso tudo sido esquecido?
Lamentamos profundamente essa situação numa gestão que construiu avanços em outras áreas, lastreada, sobretudo, no diálogo e no processo democrático-participativo.
Neste sentido prestamos nossa mais ampla solidariedade ao Professor e companheiro Flávio Brayner, que destacou na carta que segue que princípios deveriam ser observados na construção de uma gestão pública de qualidade para a educação municipal no Recife.
Não é de hoje temos demonstrado e proposto várias das linhas apontadas por Brayner.
O caminho que a atual administração do Recife vem seguindo não é aquele pelo qual sonharam e lutaram Paulo Freire, Florestan Fernandes, Anísio Teixeira e tantos outros.
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