O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) abriu na manhã desta terça-feira, dia 5, uma caderneta de poupança no Banco do Brasil para comemorar, segundo ele, a derrota do projeto do governo Lula de taxar a poupança. “Eles ameaçaram, durante todo o ano passado, todo taxar a poupança.
Em março do ano passado, o presidente Lula afirmou que iria mexer na poupança, já em setembro foi a vez do ministro Guido Mantega, que chegou a dar coletiva para anunciar os detalhes do pacote de medidas para taxar a caderneta que seria enviado ao Congresso.
Mais recuaram, por isso estamos comemorando”.
No mês de maio do ano passado o PPS usou o seu programa partidário gratuito na televisão e as inserções do primeiro semestre de 2009 para criticar duramente a medida anunciada pelo Governo e dizer que o presidente Lula iria mexer na poupança, como fizera o ex-presidente Fernando Collor.
As inserções levaram o presidente Lula a reagir de forma contundente, quando, bastante irritado, taxou de irresponsáveis os que criticavam as mudanças na poupança.
Depois de um período de silêncio, o governo voltou à carga, desta com o ministro da Fazenda, Guido Mantega e sua equipe anunciando, em setembro, os detalhes da medida provisória que seria enviada em seguida ao Congresso Nacional.
No fim daquele mesmo mês de setembro, o PPS, tanto em suas inserções diárias quanto programa partidário da televisão do segundo semestre, tornava a denunciar que a taxação atingiria as economias de mais de um milhão de poupadores, enquanto os bancos seguiriam ganhando seus lucros escandalosamente.
Depois das denúncias do PPS, e temendo a por parte dos poupadores e opinião pública, sobretudo num ano pré-eleitoral, líderes do PMDB e até mesmo do PT se posicionaram publicamente contra as medidas anunciadas pelo governo.
Tanto o presidente quanto ministro da Fazenda ainda voltariam a afirmar que a reforma das cadernetas seria enviada ao Congresso até o fim do ano, o que em definitivo, não aconteceu. “Com a chegada de 2010, ano eleitoral, os juros devem subir, as pressões inflacionárias devem voltar e a mudança ou taxação da poupança está definitivamente adiada.
Ou enterrada”, prevê Jungmann.
O deputado ainda lembra que “essa foi uma das maiores vitórias da oposição no ano que passou.
Conseguimos defender os interesses dos poupadores, que são mais de 45 milhões.
E, de maneira inédita, o governo recuou, teve medo da repercussão e não teve sequer a coragem de dar uma explicação final sobre as razões da sua derrota”. “Abro essa caderneta de poupança como um ato simbólico, na certeza que esse governo não vai mais neste dinheiro do pequeno poupador, não tem mais tempo de garfar as economias de trabalhadores, aposentados e profissionais liberais.
E prá celebrar uma vitória suada, arriscada e justa”, conclui Raul Jungmann.