Da Agência Estado Os 70 mil pontos tão aguardados ao longo de todo o ano 2009 esperaram o primeiro pregão de 2010 para chegar na Bovespa.
O investidor começou o ano com apetite para as compras.
O fato da Bovespa ter tido em 2009 o melhor desempenho desde 2003 não intimidou aqueles que acreditam que os ativos possam se valorizar ainda mais.
E o cenário externo só contribuiu, com dados animadores da China, Europa e EUA.
Como citou um operador, o ambiente de hoje fortalece o mesmo que já vem acontecendo nos últimos meses: commodities em alta, dólar em queda, apetite ao risco.
O Ibovespa fechou o dia com alta de 2,12%, aos 70.045,08 pontos, maior pontuação desde 5 de junho de 2008.
O índice oscilou entre a máxima de 70.080,97 pontos e a mínima de 68.587,16 pontos.
A alta em um mês é de 3,61% e a de 12 meses chega a 74,05% O giro foi de R$ 5,25 bilhões, ainda preliminarmente.
O que impulsionou os preços das commodities e as ações ligadas a elas foi, logo cedo, a divulgação do índice HSBC China de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês), indicador da atividade da produção industrial nacional daquele país, que subiu para 56,1 em dezembro, de 55,7 em novembro - o maior desde abril de 2004.
Dezembro foi o nono mês consecutivo em que o PMI foi maior que 50, pontuação que indica expansão da atividade industrial.
O mesmo PMI para o setor industrial da zona do euro subiu de 51,2 em novembro para 51,6 em dezembro, o maior nível em 21 meses, confirmando uma primeira estimativa publicada no mês passado.
O resultado ficou em linha com as previsões de analistas consultados pela Dow Jones.
O dado contribuiu para que as principais bolsas europeias fechassem em forte alta no primeiro dia útil de 2010.
Discursos de membros do Federal Reserve sugerindo que um aperto monetário nos EUA ainda não aparece no horizonte também fortaleceram os índices europeus.
Em Londres, o índice FT-100 subiu 87,46 pontos (1,62%) e fechou com 5.500,34 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 avançou 77,64 pontos (1,97%) e fechou com 4.013,97 pontos.
Em Frankfurt, o índice Dax-30 subiu 90,87 pontos (1,53%) e fechou com 6.048,30 pontos.
Nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compra sobre a atividade industrial subiu para 55,9 em dezembro, de 53,6 em novembro, superando a previsão de economistas de alta para 54,0, segundo dados do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês).
Trata-se da maior leitura desde abril de 2006.
Os gastos com construção dos EUA, no entanto, recuaram 0,6% em novembro, para a taxa anualizada e sazonalmente ajustada de US$ 900,08 bilhões, em comparação a outubro, de acordo com dados do Departamento de Comércio do país.
Analistas consultados pela Dow Jones esperavam uma contração de 0,2%.
Em relação a novembro do ano passado, os gastos recuaram 13,2%.
O principal índice da bolsa brasileira se manteve em alta durante toda a sessão.
Os papéis de bancos ficaram entre os destaques de ganhos.
Para uma operadora especializada nesse segmento, a performance das ações de Itaú Unibanco e de Bradesco ficou abaixo do Ibovespa no ano passado, diferentemente do Banco do Brasil, cuja ação superou o ganho do índice.
Como o ano virou e as perspectivas são boas daqui para a frente, isso pode explicar o salto na cotação das ações dessas duas instituições.
Entre as blue chips, Vale acompanhou a alta dos principais mercados e subiu na esteira da melhor perspectiva de consumo de metais por gigantes como a China.
As ações ON da companhia avançaram 4,02%, para R$ 51,49, enquanto as preferenciais tiveram alta de 3,13%, a R$ 43,52.