Do Jornal do Commercio Assim como em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão, 2009 vai ficar marcado como um ano de escândalos políticos.

Deputado dono de castelo, farra das passagens, diretor do Senado dono de mansão e atos secretos do Senado deram o tom.

Logo no início do ano, foi descoberto que o corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), era dono de um castelo em Minas Gerais e havia sonegado impostos.

A denúncia o fez deixar o cargo, mas escapou da cassação.

Em abril estourou o escândalo da farra das passagens.

Deputados e senadores utilizavam a cota de passagens aéreas a que tinham direito para outras finalidades, como doar para parentes e amigos, viagens ao exterior e até a venda dos bilhetes.

O Senado é um capítulo à parte nos escândalos.

Em janeiro, no recesso, a Casa pagou milhões em horas extras.

Em março, veio a público a informação de que o então diretor-geral da Casa, Agaciel Maia, possuía uma mansão avaliada em R$ 5 milhões, que não havia sido declarada.

Já o diretor de Recursos Humanos, José Carlos Zoghbi, foi afastado após a descoberta de que ele usara um apartamento funcional para abrigar parte da família. (Foto: José Cruz/ABr) No entanto, o maior escândalo do Senado ocorreu em junho, quando uma comissão interna da Casa identificou a não publicação de 511 atos administrativos.

Esses “atos secretos” foram utilizados nos últimos 14 anos para promover e nomear funcionários.

O episódio provocou uma crise sem precedentes na Casa.

Acusado de estar por trás da maioria dos documentos, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), foi bombardeado pela oposição, mas teve o apoio do presidente Lula, que “segurou” o PT, o que deixou muitos petistas constrangidos (alguns abandonaram a sigla, como a senadora Marina Silva-AC e o deputado Flávio Arns-PR).

Cenas constrangedoras foram vistas no plenário.

No fim das contas, apenas Agaciel e Zoghbi foram indiciados.

Outro escândalo estourou em novembro e ainda está forte.

Vídeos mostraram o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e vários deputados distritais recebendo propina, episódio que ficou conhecido como mensalão do DEM.

Diante de tantas denúncias, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral levou à Câmara o projeto de iniciativa popular para barrar os fichas-sujas das eleições, com mais de 1,3 milhão de assinaturas.

Mas a iniciativa não andou.