Da BBC Brasil A rede Al-Qaeda assumiu nesta segunda-feira a responsabilidade por uma tentativa fracassada de explodir uma bomba durante um voo transatlântico no dia de Natal, segundo um comunicado publicado na internet.

Na última sexta-feira, um nigeriano foi acusado de tentar detonar explosivos a bordo de um voo da Northwest Airlines entre a capital holandesa, Amsterdã, e a cidade americana de Detroit.

Uma organização americana que monitora sites suspeitos de veicular mensagens de grupos militantes islâmicos diz que a organização afirmou que o plano foi concebido para vingar as operações americanas no Iêmen.

Forças do país, auxiliadas por agentes de inteligência americanos, realizaram dois bombardeios contra a Al-Qaeda no Iêmen nas últimas semanas.

O segundo ataque ocorreu na véspera da tentativa de atentado nos Estados Unidos.

O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos, teria coordenado o plano junto com outros integrantes do grupo, segundo o comunicado da Al-Qaeda interceptado pela agência de monitoramento SITE Intelligence.

Radicalismo Nos Estados Unidos, o presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira que seu governo não descansará “até encontrar todos os envolvidos e fazê-los responder” pela tentativa de atentado.

A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, determinou uma investigação sobre a concessão pelas autoridades americanas de um visto para Abdulmutallab entrar no país, apesar de o nigeriano estar em uma lista de suspeitos de atos terroristas.

Napolitano reconheceu que os sistemas de segurança falharam e que uma declaração anterior sua, de que a segurança havia funcionado, foi usada fora do contexto.

A declaração original foi bastante criticada nos Estados Unidos.

Segundo o FBI (a polícia federal americana), Abdulmutallab - que sofreu queimaduras durante a tentativa de ataque - usou um explosivo chamado PETN, e restos de uma seringa foram encontrados perto de seu assento.

Em um comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos citou os relatos de testemunhas que afirmaram que o nigeriano passou 20 minutos no banheiro durante o voo antes de voltar ao seu lugar e se cobrir com um cobertor.

Os passageiros então sentiram um cheiro de queimado e “viram que a perna da calça de Abdulmutallab e a parede do avião estavam pegando fogo”, diz a nota.

O pai do suspeito, um banqueiro nigeriano, disse ter feito um alerta vários meses atrás sobre o radicalismo crescente de seu filho.