(Foto: Robert Fabisak/JC Imagem) Do Jornal do Commercio deste domingo Em tom de desabafo, o vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, rebateu as críticas feitas pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) à sua gestão frente a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e fez duras reclamações ao órgão e aos médicos que faltam os plantões.

O secretário também anunciou que, no próximo ano, vai instalar ponto eletrônico em todos os hospitais públicos pernambucanos. “Já tem licitação, vou colocar ponto digital em todos os hospitais.

Vamos enfrentar essa questão.

Todo mundo vai bater ponto digital”, garantiu, em entrevista ontem, ao programa Supermanhã, da Rádio Jornal.

De acordo com João Lyra, desde setembro a Secretaria de Saúde tem descontado o salário dos servidores faltosos. “É a primeira vez que isso acontece no Estado.

Fui para o Sertão e a maior reclamação é de que médicos são contratados por até R$ 10 mil para dar 40 horas e estão dando 5 a 10 horas.

Começamos a descontar salário.

Teve médico que teve salário cortado em 14 dias.

Eu nunca vi o Cremepe soltar um relatório criticando a falta dos médicos.” O vice-governador reagiu à divulgação de um relatório do Conselho Regional de Medicina e às declarações do presidente do órgão, André Longo, que disse que na Secretaria de Saúde falta planejamento e gestão. “Não conheço André Longo como gestor.

Não sei o que ele gerenciou.

Para se falar em gestão tem que ter um mínimo de experiência.

Quero o Cremepe como parceiro.

Agora ele cumpra sua missão que eu vou cumprir a minha”, afirmou.

Ao falar sobre o que o governo já realizou na área de saúde, fez questão de falar na primeira pessoa. “No HR (Hospital da Restauração), estou construindo uma emergência clínica com 80 leitos, para não disputar com o trauma.

O tumulto do HR é lá embaixo, na emergência.

Vou consertar isso, com a inauguração da emergência clínica em fevereiro ou março”, destacou o vice-governador.

Para o presidente do Cremepe, André Longo, a responsabilidade de cumprimento de horário é da gestão e não do Cremepe. “Não somos contra o ponto eletrônico, mas esse tipo de mecanismo para os plantões é um desperdício.

Não existe fazer esse controle com uma escala defasada”, explica, dando como exemplo os traumato-ortopedistas do HR. “Quando deveria ter cinco por plantão, só tem um ou dois.

A Secretaria de Saúde é irresponsável porque jamais regularizou as escalas de plantão”, ressaltou Longo.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Antônio Jordão, engrossou o discurso da falta de planejamento da secretaria. “O problema central não são os servidores, mas a gestão.

Prova disso é que o governo está admitindo sua incompetência ao repassar a gestão dos hospitais para as organizações sociais”, afirmou Jordão.