(Foto: Ricardo Stuckert/PR) Da BBC Brasil Às 10h30m deste sábado, o presidente da 15ª conferência das Nações Unidas sobre mudança climática (COP 15), Philip Weech, anunciou que o encontro “tomou nota” do documento apresentado por um grupo de países liderado pelos Estados Unidos no dia anterior como “Acordo de Copenhague”.
Com isso, na prática, não se chegou a um consenso mesmo depois de duas semanas de negociações, com a participação de líderes de cerca de 120 países e com a intervenção direta do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.
Além de tomar nota do “Acordo de Copenhague”, ficou acertado que os países que concordam com ele assinarão uma lista separada.
Um acordo obrigatório e com valor legal ficou para 2010.
Ban Ki-Moon, entretanto, comemorou ter “selado um acordo”. “O Acordo de Copenhague pode não ser tudo o que todos esperavam, mas é um começo importante”, disse o sul-coreano, acrescentando que dormiu apenas duas das últimas 48 horas.
Já para a representante de Granada, “ainda é cedo para saber se obtivemos sucesso ou fracassamos”. “A história vai decidir o que esse acordo assinado aqui vai ser.” Sem metas O documento citado por Ban Ki-Moon não traz qualquer menção a metas de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa, embora defenda que o aumento da temperatura global seja limitado a 2ºC.
Ele também não prevê a sua transformação em tratado com valor legal.
De acordo com a ONU, entretanto, mesmo sem o consenso em torno do documento, ele poderá ser “operacionalizado” no que diz respeito à criação imediata de um fundo de financiamento de cerca de US$ 10 bilhões por ano nos próximos três anos.
As verbas devem ser liberadas para ações de combate e adaptação às mudanças do clima nos países mais pobres do mundo.
Um dos países que mais se opôs ao “Acordo de Copenhague” foi a Venezuela, que fez questão de ressaltar que, embora tenha aceitado que se “tomasse nota” do documento, ele não foi aprovado. “Não houve consenso.
Esperamos que não se procurem artimanhas para forçar o acordo no futuro”, disse a representante venezuelana.
O encontro, que chegou a ser considerada o maior evento de cunho político da História, atraiu 45 mil pessoas a Copenhague.
Sem um acordo definitivo para combater a mudança do clima no planeta, serão necessárias novas negociações em 2010 para que uma nova estratégia global possa ser discutida. “Vamos tentar chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP 16, no México”, disse o secretário-geral.
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