De Política / JC A cada dia que passa, aumenta a disposição de dois dos pré-candidatos ao Senado – o senador Sérgio Guerra (PSDB) e o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB) – para se enfrentarem, o que vem acontecendo desde o final de semana.
Ontem, em entrevista à Rádio JC/CBN, os adversários – em horários distintos – voltaram a falar.
Ambos se disseram agredidos um pelo outro e não descartaram se interpelarem judicialmente, ainda que admitam isso apenas quando “chegar o momento”. “Eu fiz de maneira dura essa reação porque, efetivamente, a minha honra e a minha dignidade pessoal eu não permito que possam ser atingidas por ninguém.
Muito menos por uma figura desqualificada como o senador Sérgio Guerra, que teve envolvimento em episódios deprimentes relacionados com a CPI dos Anões do Orçamento”, atacou Monteiro Neto. “Essa questão da interpelação judicial é efetivamente uma hipótese, eu poderei fazer isso.
Evidentemente, para resguardar a minha honra pessoal, posso fazer.
No momento próprio, vou examinar essa questão”, disse.
A referência à CPI do Orçamento, aliás, é o que mais tem irritado ao senador Sérgio Guerra. “Vir me agredir?
Foram eles que me agrediram. (…) Ele não pode falar nesse negócio de anão do orçamento, porque é uma acusação fraudulenta, e ele vai pra Justiça.
E vai ser condenado”, devolveu o tucano. “São acusações inverídicas, mentirosas, que a Justiça já derrubou várias vezes.
Eu fui citado (na CPI) entre 81 parlamentares e o resultado da investigação sobre Sérgio Guerra é de que não há o que investigar, nem processo se formou.
E esses caras ficam falando de mim”, defendeu-se.
Armando Monteiro voltou a se referir a Guerra como um “político pequeno” e o comparou a um dos velhos “coronéis” da política. “O senador é pequeno, ele faz essa política rasteira.
Iniciou essa briga por conta de questões menores, relacionadas com problemas com o deputado Sílvio Costa (PTB), que entrou num município dele, lá na Mata Norte.
Ou seja, é um coronel, é um velho coronel apegado a essas práticas políticas menores”, disparou o petebista à Rádio Jornal.
Repetindo incessantemente seu mantra – “quero saber onde está o dinheiro (dos shows da Empetur)” –, Sérgio Guerra, por sua vez, ameaçou, inclusive, tentar criar uma CPI das Festas, em Brasília, para investigar a questão das verbas liberadas pelo Ministério do Turismo para eventos. “Alguma coisa nós temos que fazer.
Podemos fazer até uma CPI das Festas aqui em Brasília.
Tem oposição no Brasil, nós não nos entregamos não.
Não pode comprar votos com dinheiro de festa e muito menos não fazer festa.
Isso é um absurdo”, avisou.
O petebista, por sua vez, não deixou barato a ameaça do tucano de criar uma CPI. “Ele pode propor qualquer CPI, aliás, o senador tem um know how de CPI.
Ele frequentou, aí sim, no banco dos réus, a CPI dos Anões do Orçamento, a CPI de triste memória.
Ele pode, sim, propor uma CPI, de festas, do que ele quiser propor, é um direito que ele tem”, replicou Armando.