Da BBC Brasil A presidente da conferência das Nações Unidas para mudanças climáticas (COP-15) em Copenhague, Connie Hedegaard, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 16.
Hedegaard, que vinha sendo acusada por representantes de países em desenvolvimento de querer beneficiar os países ricos nas negociações, será substituída pelo primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen.
As razões da renúncia ainda não estão claras.
Hedegaard disse que seria mais apropriado que a conferência fosse presidida pelo primeiro-ministro tendo em vista a presença de tantos chefes de Estado nos estágios decisivos do evento, marcado para terminar na sexta-feira.
As negociações continuam marcadas por divisões e os protestos nas ruas de Copenhague parecem ter ganhado força nessa reta final da COP-15.
Ministros e representantes de 192 países tentam superar obstáculos que - em alguns casos - vêm travando as negociações há dois anos.
Manifestantes protestam contra o pouco progresso nas negociações por um acordo.
Pouco após o início de uma passeata, na manhã desta quarta-feira, a polícia disse ter prendido cerca de cem pessoas, após supostas ameaças de ativistas de que o grupo furaria um bloqueio policial.
No centro de convenções, as discussões parecem estar irremediavelmente paradas em questões como metas para países desenvolvidos e, principalmente, financiamento para redução de emissões de gases do efeito estufa em longo prazo.
Ema entrevista ao jornal britânico Financial Times publicada nesta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirma até que os países em desenvolvimento deveriam deixar este objetivo de lado para obter um acordo.
Na abertura da fase atual das negociações, entre ministros, Ban Ki-Moon pediu claramente que os líderes fechassem um acordo. “A hora é de fazer concessões”, disse o sul-coreano.