Raul Jungmann, de Copenhagen., especial para o Blog de Jamildo Nem o prefeito do Recife, João da Costa, nem o governador Eduardo Campos virão, que eu saiba, a Conferencia das Nações Unidas Sobre o Clima, aqui em Copenhagen.

Tão pouco, senadores, deputados ou vereadores.

E, entretanto, o Recife é uma das duas cidades que sofrerão maior impacto das mudanças climáticas dentre todas as cidades brasileiras.

Idem para Pernambuco, no plano federativo e regional.

Desde 1989, num estudo pioneiro da UFPE, que o caso do Recife vem sendo analisado pelo IPCC, o órgão técnico das Nações Unidas, que estuda as mudanças climáticas globais.

Nossa condição de cidade baixa, em alguns pontos abaixo do nível do mar, cortada pelos rios e com elevada densidade populacional, nos coloca a border line de uma catástrofe, caso não se consiga um acordo global para emissão de gases estufa, de acordo com Cláudio Nobre, pesquisador do CPTEC e um dos 13 brasileiros que fazem parte do painel internacional sobre o clima.

Um cenário possível, e péssimo, seria a conjunção de uma tempestade oceânica, fortes ventos e chuvas que elevariam o nível dos rios e do mar ao mesmo tempo.

Segundo o pesquisador Claudio de Freitas Neves, da UFPE, a subida de um metro no nível do mar desapareceria com Brasília Teimosa.

Esse feito seria potenciado pela erosão em curso das praias, em especial Recife e Jaboatão dos Guararapes, agravando o impacto do nível do mar.

Isto porque, dentre outros fatores, a maré alta retira a areia das praias e as fixa atrás dos arrecifes de arenito.

Já para Valdir Manso, do Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha, também da UFPE, os bairros a margem do Capibaribe e Beberibe serão os mais atingidos.

Recife e Pernambuco estão a merecer a atenção das suas autoridades e lideranças urgentemente no que diz respeito às mudanças climáticas.

Uma comissão extraordinária já deveria ter sido constituída, integrada por pesquisadores, parlamentares, sociedade civil, prefeitos e governador, para orientar os estudos e providências a serem tomadas e implementadas.

O Rio de Janeiro já tomou essa iniciativa e outras cidades e países ao redor do mundo também.

Como uma das duas cidades mais ameaçadas pelas mudanças climáticas no Brasil, o prefeito João da Costa tinha a obrigação de estar aqui.

Idem ao governador Eduardo Campos, juntamente atento para o pré-sal, igualmente preocupado deveria estar com o futuro e a vida dos recifenses e pernambucanos.