Por Bráulio B.

Wanderley, no site www.historiavermelha.blogspot.com Após estagnar no tempo e se situar fora do palácio do planalto após 40 anos, o PFL decidiu mudar seu nome para Democratas, com a finalidade de ‘refundar’ o partido diante de novos valores da direita conservadora mundial, tendo como uma de suas referências o conservadorismo espanhol.

A Frente Liberal cumpriu seu papel na história ao se transformar em partido alternativo ao PDS de Maluf nas eleições indiretas de 1985 que elegeu Tancredo Neves/José Sarney.

Dali pra frente compôs todos os governos: o do próprio Sarney, Collor, Itamar e FHC, perdendo seus espaços com a vitória do PT e da Frente Brasil Popular em 2002.

Renovação da direção partidária, reformulação do programa, mas a manutenção das práticas que o guiou.

O sucessor da UDN, ARENA, PDS e PFL não conseguiu emplacar seu nome a nível nacional como referência de oposição ao governo Lula e aos demais de centro-esquerda nas esferas estaduais e municipais.

Esse papel coube ao PSDB.

De certo, o ex-ministro Gustavo Krause, em entrevista ao Jornal do Commercio, está certo ao afirmar a tendência governista que rege o sistema partidário brasileiro, sem apegos ideológico-programáticos.

O político brasileiro é guiado pela lógica do poder a qualquer custo, mas o próprio DEM também não pode se queixar disso, pois na sua esfera de aliados está o PPS formado boa parte por ex-‘comunistas’ e antigos inimigos durante a ditadura que o DEM patrocinou.

Das duas uma: ou o PPS nunca foi de esquerda ou o DEM evoluiu.

Na verdade, a perda de referência do antigo PFL já vinha ocorrendo desde a eleição de FHC em 1994.

Sem quadros nacionais, o PFL era composto por um triunvirato: Maciel, Bornhausen e ACM, com votos concentrados no Nordeste, uma espécie de coronelismo contemporâneo.

O partido não soube capitalizar a liderança de César Maia (RJ) e de Jaime Lerner (PR) para fora do Sul/Sudeste.

Tanto que Lerner está no PSB.

Kassab (SP) é cria de Serra e José Roberto Dutra (DF) só virou notoriedade em dois instantes: por ter sido o único governador eleito pelo DEM e pelo escândalo que protagoniza com o panetonegate, mais conhecido como mensalão do DEM.

Eis que a direita brasileira, tradicionalmente golpista, e atrelada à democracia cristã conservadora desde outrora com Carlos Lacerda, Eurico G.

Dutra, etc não consegue se atualizar aos tempos de uma América Latina democrática, cujos governos, a exceção da Colômbia, são formados por coalizões e programas democrático-populares e fora do alcance da extinta Operação Condor e do Comando Sul da CIA.

JR Dutra é apenas a ponta do iceberg de uma legenda que surgiu com velhos problemas.