No blog de Reinaldo Azevedo O jornal El País, da Espanha, simpático ao Partido Socialista Espanhol, publica no domingo um suplemento com as 100 personalidades mundiais de 2009.

Lula foi escolhido a personagem do ano e ganhou um perfil assinado por José Luis Zapatero, primeiro-ministro espanhol.

Formou-se uma verdadeira corrente na Internet.

A Al Qaeda eletrônica não cabe em si.

O título, sem dúvida, é de fazê-los babar: “O homem que assombra o mundo”.

Os petralhas, evidentemente, concordam com o primeiro-ministro espanhol e enviam, em massa, o link do artigo para este blogueiro.

Afinados com a linguagem do líder, reproduzindo no vocabulário que empregam o ambiente de que jamais se fartam, escrevem o famoso “chuuupa!!!”.

A canalha não vai ler o original.

Contenta-se com a pistolagem de seus anões morais a soldo.

O texto de Zapatero, sem dúvida, é elogioso.

Os petralhas só não leram o trecho que desmoraliza o programa que o PT levou ontem ao ar.

Ou bem Zapatero fala a verdade, e o PT mentiu no programa de ontem; ou bem o PT falou a verdade, e Zapatero mentiu.

Afinal, o que explica a felicidade da canalha, além do analfabetismo?

O texto está aqui, de onde extraio o seguinte trecho: “De la mano de este hombre, siguiendo el sendero abierto por su predecesor en la Presidencia, Fernando Henrique Cardoso, Brasil, en apenas 16 años, ha dejado de ser el país de un futuro que nunca llegaba para convertirse en una formidable realidad, con un brillante porvenir y una proyección global y regional cada vez más relevante.

Por fin, el mundo se ha dado cuenta de que Brasil es muchísimo más que carnaval, fútbol y playas.

Es uno de los países emergentes que cuenta con una democracia consolidada, y está llamado a desempeñar en las décadas siguientes un creciente liderazgo político y económico en el mundo, tal y como ya viene haciendo en América Latina con notable acierto.” Traduzo, com grifo meu: Das mãos deste homem, seguindo o caminho aberto por seu antecessor na Presidência, Fernando Henrique Cardoso, o Brasil, em apenas 16 anos, deixou de ser o país de um futuro que nunca chegava para se converter em uma formidável realidade, com um brilhante porvir e uma projeção global e regional cada vez mais relevante.

Por fim, o mundo se deu conta de que o Brasil é muitíssimo mais que Carnaval, futebol e praias. É um dos países emergente que conta com uma democracia consolidada, e é chamado a desempenhar nas décadas seguintes uma crescente liderança política e econômica no mundo, como já vem fazendo na América Latina, com notável correção.

Comento É claro que há exageros aí etc e tal, típicos do governante de um país que tem no Brasil seus principais negócios no exterior.

A fala do do direitista Sarkozy, o camelô de caças, não seria diferente da do esquerdista Zapatero.

Mas também é óbvio que o reconhecimento é justo.

Todas aquelas publicações estrangeiras que o PT exibiu ontem em seu programa, exaltando o Brasil, reconhecem que o país vive um processo que já dura 16 anos e que “FHC abriu o caminho seguido por Lula”.

TODAS!

SEM EXCEÇÃO!

Em propaganda oficial em publicações estrangeiras, o próprio governo o admite — porque sabe que, lá fora, mentir pegar mal.

A mentira fica reservada aos nativos.

Aquele programa eleitoral de ontem, desmoralizado no texto de Zapatero, mostra-se, uma vez mais, uma empulhação.

O El País, claro, não tem de se meter nas mentiras dos políticos brasileiros e dos seus partidos.

Tampouco Zapatero.

A eles, interessa analisar o avanço do país — aquele havido em 16 anos.

Então resta a pergunta: por que as conquistas que efetivamente existem não bastam aos petistas?

Por que não os satisfaz a verdade?

Por que eles precisam mentir sobre o passado?

PORQUE NÃO BASTA A LULA SER UM GOVERNANTE RESPEITADO DENTRO E FORA DO PAÍS?

Ele aspira à divindade.

E ao PT não basta ser um bom gerente das demandas da sociedade, em sua diversidade.

Ele pretende substituí-la pelo próprio partido.

E é por isso que eu os repudio.

Porque transformaram a mentira numa categoria de pensamento.

Porque não querem ser nossos parceiros, mas nossos donos.