Por J.

Marinheiro, no site conexao.pe.com.br O cantor e compositor Almir Rouche, durante sua apresentação para uma platéia lotada na sede do Galo da Madrugada, nessa última quinta-feira 10 de dezembro de 2009, mais uma vez criticou a postura da prefeitura do Recife e o governo do estado de Pernambuco.

Durante seu discurso, presenciado por recifenses, turistas de todo país e da Finlândia, Portugal e França, Almir Rouche enfatizou o valor da nossa cultura da seguinte forma: “É muito bonito e gratificante ver isso aqui!

O carnaval de Pernambuco é isso, é frevo, é caboclinho e maracatu. É uma pena que nossa prefeitura e governo do estado gastem tanto para transmitir o nosso carnaval, direto do Marco Zero, se o que apresentam lá não é nosso carnaval.

Adoro Caetano, Marisa Monta, Maria Rita e tantos outros artistas, mas se querem vender Pernambuco que coloquem lá André Rio, Alceu Valença, Gustavo Travassos e Marrom Brasileiro.

Não precisam nem me chamar, caso não queiram, mas que valorizem a nossa terra, até mesmo porque quando um artista desse sai lá de sua cidade pra vir tocar aqui ele já vem com o dinheiro no bolso.

Já nós, artistas locais, quando somos chamados para tocar nos outros pólos, temos que esperar 3 ou 4 meses para receber valores bem menor e que raramente são os mesmos declarados nas notas e empenhos.

O carnaval de Pernambuco é muito rico, é multicultural.

Temos Naná Vasconcelos, Badia e tantos outros ícones da nossa cultura e, em plena quinta-feira, vimos a sede do Galo lotada de quem dá valor a isso.

Quem me dera que você, Rômulo (presidente do Galo da Madrugada), fosse convidado para organizar o carnaval do Recife e do Marco Zero, pois mostraria o que é o nosso carnaval, assim como aqui, com pierrot e colombinas; passistas de frevo com o rei e rainha do maracatu. É isso que eles precisam aprender e valorizar”.

Almir Rouche fez um show para uma casa lotada e, ao final, divulgou seu novo CD, que será lançado em janeiro de 2010 e já promete causar polêmica.

Com o título provisório de “Entre frevos e migalhas” o cantor faz referência ao que sobra para os artistas pernambucanos, uma vez que durante toda gestão do ex-prefeito petista João Paulo, Almir Rouche e banda embora seja o artista mais executado, vendido e solicitado de todo o carnaval, só realizou uma apresentação para a cidade do Recife, isso porque os moradores o elegeram como atração que queriam no seu bairro.

O termo migalhas ainda se refere a pequena parte que sobra para os artistas locais, uma vez que os cachês pagos as atrações nacionais são infinitamente maiores do que para os pernambucanos e ainda há o fato escancarado recentemente na mídia, onde produtoras detentoras de “cartas de exclusividade” vendiam os artistas por valores bem acima do repassado aos mesmos.