A recuperação da economia está num ritmo mais lento do que o esperado, avaliaram hoje os economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) após a divulgação dos dados do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento de 1,3% do PIB no terceiro trimestre ante o segundo, nos dados dessazonalizados, veio menor do que o projetado pela CNI, 1,9%.
A explicação para isso é a revisão feita pelo IBGE nos números de trimestres anteriores (no quarto trimestre do ano passado, o recuo de -3,4% passou a -2,9%).
Com a revisão, o impacto negativo da crise foi menos intenso e, por isso, elevou a base de comparação.
Assim, o ritmo de recuperação da economia ficou mais lento.
Os técnicos da CNI também destacaram a aceleração dos investimentos no terceiro trimestre deste ano frente ao período imediatamente anterior.
Em nota, salientaram que o aumento de 6,5%, no indicador dessazonalizado, é positivo, porque demonstra a retomada dos investimentos que tinham sido engavetados com a crise.
Essa alta da Formação Bruta de Capital Fixo foi, de acordo com a área técnica da CNI, a maior taxa de crescimento desse componente da demanda desde o primeiro trimestre de 2006.
No segundo trimestre deste ano, por exemplo, ela havia crescido 0,5% ante o primeiro.
Os dados do IBGE confirmaram ainda os dados da CNI sobre a atividade industrial.
Conforme o instituto, o PIB industrial registrou crescimento de 2,9% ante o segundo trimestre do ano, no dado dessazonalizado.
Teve, inclusive, uma aceleração da retomada, uma vez que o setor havia crescido 2,6% no segundo trimestre ante o primeiro.
Os técnicos da CNI também ressaltaram o crescimento do consumo das famílias, de 2% ante o segundo trimestre do ano, já livre de influências sazonais e de calendário.
Essa alta demonstra a continuidade da recuperação da demanda.