Por Isaltino Nascimento A notícia de que a população brasileira hoje vive em média 72,86 anos – segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é motivo de comemoração.

Pois atesta que avançamos na melhoria da qualidade de vida.

Isso fica bem claro ao analisar números de períodos não muito distantes.

Na década de 40, por exemplo, a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos.

Ou seja, o índice saltou 27 anos em quase 70 anos – ressaltando que sete décadas é um período curto para analistas demográficos.

Só nos últimos dez anos, a avanço foi em mais de três anos.

Em 1998, o brasileiro vivia em média 69,66 anos.

Já em 2008, as mulheres viviam 76,71 e os homens 69,11 anos.

Contribuiu para este resultado a queda na mortalidade infantil, de 100 para 23,30 óbitos por mil nascidos vivos, entre 1970 e 2008.

De 1998 até o ano passado, a queda da mortalidade infantil evitou mais de 200 mil óbitos.

De acordo com o IBGE, o avanço é inegável, apesar de ainda ser considerada alta em comparação à dos países vizinhos.

Outro ponto de destaque é que as altas taxas de natalidade que desde o século 19 prevaleciam no Brasil vêm sendo substituídas pela queda acentuada no crescimento da população, que passou de 3,04% em 1950 para 1,64% em 2000.

A projeção do IBGE é de que até 2050 a população brasileira chegue aos 81,29 anos.

O instituto também mostra que a idade mediana da população também está aumentando: em 1980, era de 20,20 anos e em 2050, alcançará os 46,20 anos.

Os números indicam ainda que nos próximos anos os idosos devem alcançar uma participação na sociedade maior que a dos jovens.

Pois o levantamento demonstra que as crianças (0 a 14 anos) passaram de 38,24% da população em 1980 para 26,04% agora.

Enquanto os idosos (65 anos ou mais) pularam de 4,01% para 6,67% no mesmo período.

E que em 2050, os jovens serão 13,15% e os mais velhos, 22,71% da população total.

Este rol de boas notícias traz um sinal de alerta.

O fato de a população brasileira estar envelhecendo rapidamente aponta para a necessidade de preparar nossa sociedade para a convivência com os idosos.

O que diz respeito aos gestores públicos, que devem arregaçar as mangas, desde já, para promover a melhoria na prestação de serviços a este público.

Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.