(Foto: Alexandro Auler / JC Imagem) Por Giovanni Sandes, em Política / JC Uma maldição ronda a cadeira principal da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).
Em sete anos, a estatal terá seu oitavo presidente, após a queda na última terça-feira do secretário de Turismo, Sílvio Costa Filho, e, em consequência, do presidente da estatal, José Ricardo Diniz.
Contra uma média de permanência no comando da estatal de um ano, o próximo será o quarto nome só no governo Eduardo Campos (PSB).
Com uma conta que começa em 2002, na gestão de Frederico Loyo, as saídas foram por motivos diversos, desde acusações de ineficiência, “fritura” política e escândalos administrativos.
Depois de Loyo, de 2003 a 2005, houve o maior tempo de uma gestão da estatal, quando ocupou a cadeira Tom Uchôa.
Mas o então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) começou a criticar a Empetur, que considerava com uma estrutura obsoleta e, em janeiro de 2005, convocou Kléber Dantas, que teve uma passagem complicada.
Dantas começou em confronto com servidores.
Empresários do setor reclamavam da falta de diálogo com o chamado trade turístico.
Entre críticas da iniciativa privada e dois escândalos simultâneos, envolvendo privilégios na compra de passagens aéreas para um diretor e uma licitação supostamente direcionada, Dantas foi demitido pelo governador Mendonça Filho (DEM) em maio de 2006.
Mendonça não ficou só no desligamento.
Reestruturou a área e criou a Secretaria de Turismo, à qual subordinou a Empetur.
O primeiro secretário de Turismo foi Laedson Bezerra, ex-Detran, que acumulou por seis meses, em uma passagem sem grandes marcas, a presidência da estatal.
Iniciada a gestão Eduardo Campos, veio a única presidência interina do período analisado: de uma técnica da Empetur, Carla Borba.
Foi nomeada em janeiro de 2007 por José Chaves (PTB), deputado federal e primeiro secretário de Turismo do governo.
Apesar da menção a seu nome, Carla não entrou na média feita pela reportagem.
Chaves levou um mês para anunciar, ao lado do então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia (PTB), no Palácio, o nome “definitivo”: Allan Aguiar, ex-secretário de Turismo do Ceará e quinto presidente da Empetur, desde 2002.
Aguiar ficou no governo por sete meses.
Caiu também criticado pelo empresariado local e soube de sua demissão durante viagem oficial a Dacar, capital do Senegal. “Nem eu estou sabendo que posso ser exonerado do cargo na próxima segunda-feira.
Estou focado no trabalho e animado com as possibilidades de negócios para o Estado que estão surgindo”, disse por telefone, em uma entrevista na época.
Foi substituído por Carlos Pereira, que anunciava sua ligação com José Chaves “há 20 anos”.
Entrou em setembro de 2007, mas saiu rapidinho, quatro meses depois, substituído com a chegada de Sílvio Costa Filho, que saiu da Assembleia Legislativa para o comando da secretaria.
Silvinho, como é conhecido, trouxe para a Empetur o empresário do ramo educacional José Ricardo Diniz, que ficou à frente da estatal até a última terça-feira, quando anunciou a saída conjunta com Costa Filho, diante de contradições em shows superfaturados e “fantasmas”.
Agora, procura-se um novo presidente para a Empetur.