Da editoria de Política do JC de hoje O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirmou ontem não se sente nem um pouco incomodado com as denúncias feitas pelo deputado federal Silvio Costa (PTB) acerca de supostas irregularidades praticadas nas duas gestões dele como governador (1999/2006), nas quais recursos públicos teriam sido utilizados irregularmente em eventos culturais.

O petebista está tentando trazer o senador para o centro da polêmica no qual se encontra o seu filho, o deputado estadual e ex-secretário de Turismo Silvio Costa Filho (PTB), acusado de estar envolvido na contratação de shows fantasmas.

Em vez disso, Jarbas preferiu desafiar Silvio Costa, convocando-o a apresentar os nomes dos supostos membros da quadrilha formada, segundo o deputado federal, por prefeitos e produtores culturais.

Seria essa quadrilha que estaria envolvendo o nome de seu filho no uso indevido de dinheiro do erário. “Tem que dizer quem é o chefe da quadrilha e quem são os seus integrantes.

Não adianta ir a um programa de grande audiência no Estado (o programa de Geraldo Freire) e falar o que quer, sem dizer nomes.

A Empetur e a Secretaria de Turismo não têm nada a ver?”, indagou.

O senador fez questão de ressaltar que em seus dois governos “não houve escândalo” e que este caso é “muito grave”.

Tanto que Silvio Costa teria, de acordo com Jarbas, mandado vários recados à própria base do governo durante o desabafo que fez no programa de Geraldo Freire, da Rádio Jornal. “Não tenho o que dizer para o governador, mas temos uma bancada de oposição ativa”, alertou.

Quando citou as supostas irregularidades nos governos de Jarbas, Silvio Costa falou que todas as tentativas de investigá-las foram “barradas” porque poderiam respingar no então secretário de Educação e Cultura Raul Henry, herdeiro político do senador.

Henry, porém, disse que Costa compara situações distintas.

Na época dele, o modelo de gestão era diferente.

O Estado dava o aval para os empresários buscarem recursos na iniciativa privada.

Descobriu-se que os orçamentos eram apresentados com um valor e negociados por um preço menor.

A sobra era dividida entre os supostos beneficiados. “Denunciamos o problema”, lembrou.

Hoje, o dinheiro é liberado pela própria Secretaria estadual de Cultura.