Presidente estadual do PTB critica declarações de Sílvio Costa e classifica a atitude do correligionário como fruto da “falta de equilíbrio e serenidade” Por Manoel Medeiros Neto O desabafo de doze minutos do deputado federal Sílvio Costa (PTB), na Rádio Jornal, ontem, desagradou o PTB e acrescenta mais um capítulo na crise que envolve seu filho, o ex-secretário de Turismo Sílvio Costa Filho.
Da Alemanha, onde cumpre agenda empresarial, o presidente estadual da sigla, deputado federal Armando Monteiro Neto, classificou a atitude do correligionário como fruto da “falta de serenidade e de equilíbrio do deputado”.
Pré-candidato ao Senado, Armando defendeu José Múcio Monteiro, repudiou a “caça às bruxas” e declarou-se tranquilo diante da crise. “Sempre ando de cabeça erguida e não temo apuração.” Armando rebateu as declarações de Sílvio Costa relacionadas às emendas do ex-deputado e atual ministro do Tribunal de Contas da União (União), José Múcio Monteiro. “Não posso imaginar que esse destempero possa chegar no ex-deputado José Múcio, que sempre apoiou e ajudou Pernambuco.
Não há nenhuma razão para que, de forma direta ou não, se cobrar algo do ex-ministro José Múcio. (…) Não se vai esclarecer nada dessa forma, num clima de caça às bruxas”, acrescentou, em recado direto e contrário ao falatório de Costa.
O presidente da legenda trabalhista também se mostrou indignado com a cobrança de Sílvio Costa em relação à “falta de apoio” de aliados. “Não houve defesa de lideranças expressivas”, reclamou Costa.
Em contrapartida, Armando lembrou a nota divulgada na última terça, instantes depois do pedido de demissão do ex-secretário. “Redigi uma nota de apoio, formulada por mim e ele sabe disso.
Acompanhei em todos os momentos, mesmo aqui de longe.” O pedido de prisão imediata dos onze prefeitos de municípios envolvidos no escândalo dos shows fantasmas, levantado por Costa, também contrariou Armando. “Embora eu reconheça o sentimento do pai diante de uma situação assim, isso não dá o direito de investir contra as pessoas.
O PTB não vai aceitar essa prática”.
Mais de sete mil quilômetros distante do Estado, Armando administra uma crise que se instala na seara do PTB.
Além da Secretaria de Turismo fazer parte da cota petebista no governo Eduardo, os onze municípios onde há indícios de shows fantasmas ao custo de R$ 2,5 milhões são redutos eleitorais do grupo trabalhista.
Nas votações proporcionais (deputado federal e estadual) de 2006, a legenda foi majoritária na maioria deles.
José Múcio, por exemplo, figura entre os três mais votados em nove dos onze municípios (Araripina, Belém de Maria, Capoeiras, Ipubi, Itambé, Jucati, Palmeirina, Sirinhaém e São João).