OSVALDO COELHO E A REVOLUçãO NO SãO FRANCISCO Por Mendonça Filho Com raras e honrosas exceções, a política brasileira hoje está marcada pela prevalência dos interesses privados, em detrimento dos interesses públicos e da sociedade.
Vai ficando cada vez mais distante a época em que os homens eram políticos de alma, mesmo sem qualquer cargo ou mandato.
E para lembrar às gerações atuais a importância da política como sacerdócio nada mais justo que render uma homenagem a um homem que não fez outra coisa na vida senão viver para ajudar seu povo através da política: o ex-deputado Osvaldo Coelho.
Por isso, o escolhemos para ser o primeiro agraciado pelo Prêmio Frei Caneca, que o Democratas instituiu este ano para homenagear pessoas que contribuíram para o fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento econômico e social de Pernambuco.
Não existe qualquer exagero em dizer que a história do Sertão do São Francisco se divide em dois capítulos: antes e depois da ação política da família Coelho, que teve no ex-governador Nilo Coelho, o grande visionário das potencialidades econômicas do sertão.
Uma voz forte que fez Pernambuco passar a olhar o sertão de frente, com o famoso grito de guerra: “Pernambuco não pode continuar sendo governado de costa para o sertão”.
Petrolina e o São Francisco se transformaram numa região de prosperidade, pela força do sertanejo e, principalmente, pelo sacerdócio de homens públicos como Osvaldo Coelho.
Quem visita Petrolina talvez não perceba, mas em cada projeto de irrigação, em cada unidade de ensino, em cada emprego gerado tem a ação direta ou indireta de Osvaldo Coelho.
Digo isso sem receio de exageros, porque, se em Pernambuco nem todos sabem, em Brasília é de domínio público que em todos os ministérios e órgãos públicos federais o nome Osvaldo Coelho era sinônimo do “leão insaciável” por conseguir recursos para obras e ações para Petrolina e o seu São Francisco.
Foi ele que, em parceria com seu irmão, o ex-governador Nilo Coelho, construiu os alicerces para a maior revolução que a região já viu: o desenvolvimento da agricultura impulsionada pela irrigação.
Foi ele o pioneiro das grandes políticas destinadas à perfuração de poços, abastecimento de água, eletrificação e telefonia rural, construção de estradas e adutoras, todos tendo em vista o desenvolvimento das potencialidades do Semi-Árido.
Tive a honra de ser convidado por ele para comparecer ao ato de criação da Universidade do São Francisco (Univasf), no gabinete do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em mais um daqueles gestos de atenção e consideração nos quais Dr.
Osvaldo é tão pródigo.
Defensor intransigente e pertinaz da educação de qualidade foi autor do artigo 60 das Disposições Transitórias, que destina 50% dos recursos com educação nos estados e municípios para serem aplicados no Ensino Fundamental.
Ele dotou o Sertão do São Francisco de uma Universidade Federal, uma Escola Técnica e uma Agrotécnica, com vistas a capacitar os estudantes locais para o boom de oportunidades que se seguiu nos últimos vinte anos.
Sempre me pego impressionado pela lucidez e pelo entusiasmo de Osvaldo Coelho.
Numa época em que os políticos costumam enxergar benefícios eleitorais imediatos, ele, do alto de seus 78 anos, fala em tirar do papel projetos grandiosos como o Canal do Sertão, que levará água do São Francisco ao Araripe.
Essa obra é de tal magnitude que, caso começasse hoje, levaria anos para ser concluída.
Mas o que importa para esse homem é deixar um legado de realizações para seu povo e sua terra.
Como pernambucano fico emocionado ao ouvir Dr.
Osvaldo, mesmo sem mandato, continuar soltando um grito, quase solitário, exigindo a retomada do Projeto Pontal, parado há sete anos e que com investimento de R$ 100 milhões do Governo Federal geraria mais 30 mil empregos na região.
Tenho 23 anos de vida pública e cresci na política me espelhando em exemplos de homens públicos do meu partido como Dr.
Osvaldo e tantos outros como o senador Marco Maciel, que fazem política colocando o interesse público acima do privado.
A pujança atual do São Francisco é o principal testemunho da importância deste sertanejo que orgulha a mim particularmente, ao partido, aos pernambucanos e a todos que acreditam na boa política, na política voltada para os interesses do povo.
Encerro esse artigo com um pensamento de dr.
Osvaldo que traduz a identidade com a sua terra, a sua visão de futuro e o seu compromisso com as futuras gerações: “Nós somos filhos da seca.
Ela é a dona de nossas vidas.
Ela nos impõe todos os sofrimentos: a fome, a sede, a pobreza.
As novas gerações devem ser filhas da irrigação das águas do São Francisco.
Livres, prósperas, felizes”._