Por Adriano Oliveira – Coordenador de Pesquisas do Instituto Mauricio de Nassau Em maio deste ano, o Instituto Mauricio de Nassau (IMN) realizou a sua primeira pesquisa sobre a eleição da Ordem dos Advogados (OAB – Pernambuco).
Nesta pesquisa, detectei que a avaliação do atual presidente da Ordem, Jayme Asfora, tinha aprovação de 81% dos advogados que atuavam nos fóruns e tribunais do Recife.
Além disto, 75% dos pesquisados desejavam que Jayme Asfora fosse candidato à reeleição.
Com base nestes indicadores, considerei que: 1) Jayme Asfora era favorito a vencer a disputa eleitoral; 2) e caso ele não fosse candidato, outro postulante, com o seu apoio, teria chances de vitória.
O IMN realizou a sua segunda pesquisa no mês de agosto.
O Universo pesquisado foi o mesmo da pesquisa de maio.
A pesquisa revelou que a administração de Jayme Asfora continuava muito bem avaliada.
Em razão disto, afirmei que a estratégia eleitoral dos candidatos de oposição deveria ser apenas uma, qual seja: desqualificar o candidato Henrique Mariano.
A oposição não fez esta opção, ao contrário, optou por desqualificar uma gestão bem avaliada.
Lembrem da tese de Alberto Carlos Almeida: boas administrações têm condições de eleger candidatos.
O candidato Ricardo Correia, equivocadamente, optou por associar a sua imagem a Jayme Asfora e a criticá-lo.
Correia também construiu estratégia equivocada, a qual, certamente, foi baseada em idéias de publicitários pouco iluminados.
Ricardo Correia propôs anuidade zero.
Indago: por que o advogado acreditaria nesta proposta?
Júlio Oliveira também escolheu a estratégia errada, pois optou por desqualificar Jayme e esqueceu Henrique Mariano.
De acordo com a pesquisa do IMN realizada no mês de agosto, Júlio Oliveira possuía 29,6% de intenção de votos.
Ricardo correia 14,8% e Henrique Mariano 14,5%.
Olhando apenas para estes dados, e este é o erro dos iluminados analistas e candidatos, era cabível afirmar que Júlio Oliveira venceria a disputa eleitoral.
Fui precavido, pois candidatos apoiados por administrações bem avaliadas podem crescer eleitoralmente.
Os assessores de Henrique Mariano atrelaram o seu nome ao de Jayme Asfora – A Ordem Continua.
E Henrique cresceu, pois, também, mostrou qualidades pessoais para tal.
Na terceira pesquisa do IMN, realizada no mês de setembro, nos fóruns e tribunais do Recife, Henrique Mariano obteve 24,8% de intenção de votos – Júlio Oliveira, 19,6% e Ricardo Correia, 17%.
Neste instante, passei a trabalhar com tendência.
Deixei de olhar apenas os percentuais de modo estático – o momento.
Em outubro, o IMN realizou pesquisa eleitoral no estado de Pernambuco.
Nesta pesquisa, comprovei a tendência de crescimento de Henrique Mariano.
A estabilidade de Ricardo Correia e de Júlio Oliveira.
Portanto, naquele instante, através do Blog do IMN, apontei Henrique Mariano como favorito a vencer a disputa eleitoral da Ordem.
No dia 21 de novembro, após a realização de outra pesquisa, junto aos advogados atuantes nos fóruns e tribunais da Região Metropolitana do Recife, constatei que a tendência de crescimento de Henrique Mariano estava consolidada, que a oposição não conseguiu desqualificar a administração de Jayme Asfora e que a proposta de Anuidade Zero não conseguia animar o eleitorado – além de outros pontos.
Portanto, no dia 21/11, o IMN, através do seu BLOG, afirmou que Henrique Mariano era o favorito para vencer a eleição da Ordem.
E Henrique Mariano venceu!
Pesquisas apontam tendências.
Os candidatos precisam ser avaliados qualitativamente.
Propostas de campanha devem passar, antes de serem tornadas públicas, pelo crivo da pesquisa.
Pesquisas precisam ser adequadamente interpretadas.
Sem pesquisas, marqueteiros e candidatos dependem dos astros e do senso comum.