A Câmara dos Deputados vai realizar, na próxima segunda-feira (30.11) às 12h30, sessão solene em homenagem do centenário de nascimento de Dom Hélder Câmara.
O autor do requerimento para realização da homenagem, deputado Maurício Rands (PT-PE), disse que “Dom Hélder foi um marco na história católica brasileira.
Serviu de referência para todos os que não aceitavam o regime militar no Brasil.
Durante o seu período, na arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Hélder ajudou a população mais humilde na luta por terras”, disse Rands.
D.
Helder faleceu em agosto de 1999.
O arcebispo nasceu em Fortaleza (CE) e sua atuação em favor das classes menos favorecidas tornou-o uma das mais controvertidas figuras da chamada igreja progressista.
Foi inúmeras vezes citado como provável candidato ao Prêmio Nobel da Paz.
Maurício Rands lembrou a oportunidade que teve de ser estagiário do arcebispo no início de sua formação acadêmica, em Pernambuco.
Rands era estudante do curso de Direito e teve uma importante experiência profissional na Comissão de Justiça e Paz, coordenada pelo arcebispo.
Dom Hélder Câmara foi bispo em 1952 e arcebispo auxiliar do Rio de Janeiro pela bula Pro Hac Vice em 1955.
No ano seguinte, organizou a Cruzada São Sebastião, sociedade civil de caráter filantrópico, fundada com a finalidade de urbanizar, humanizar e cristianizar as favelas do Rio de Janeiro.
Criou em 1959 o Banco da Providência, instituição de fins humanitários, e a Feira da Providência, realizada todos os anos para angariar fundos para a assistência social da arquidiocese.
Foi ainda o idealizador e primeiro secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB.
Designado arcebispo de Olinda e Recife, participou com brilho do Concílio Vaticano II.
Assumiu a arquidiocese em 12 de abril de 1964, foi perseguido, assim como vários de seus auxiliares, pelos seguidores do movimento militar, e passou então a intensificar sua pregação no exterior, sendo convidado para freqüentes palestras nos mais diversos países.
Recebeu títulos e prêmios internacionais como defensor e pregador da paz e dos ensinamentos de Cristo.
Arcebispo emérito de Olinda e Recife, ao se aposentar em 1984, reafirmou sua opção de pastor pelos pobres e perseguidos.