Da Agência Estado Trecho de escutas autorizadas pela Justiça flagram o governador do Distrito federal, José Roberto Arruda, orientando o seu Secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, sobre o pagamento de propina a parlamentares e integrantes do governo.

Durval Barbosa trabalhou infiltrado no governo de Arruda depois de fazer o acordo de delação premiada para reduzir pena por participação em operações de corrupção no governo de Joaquim Roriz.

Ex-policial, Durval trabalha há meses com equipamento de escuta sob as roupas e conseguiu captar diversas conversas que baseiam o inquérito sob coordenação do juiz Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Numa dessas conversas, transcritas no inquérito da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, Arruda diz a Durval para entregar o dinheiro a Maciel (José Geraldo Maciel, Chefe da Casa Civil do governo do DF), para pagamento da “base aliada”.

Durval descreve em documento oficial subscrito pelo delegado da Polícia Federal, Alfredo José de Souza Junqueira, que o valor em questão era de R$ 600 mil.

A operação Caixa de Pandora produziu ainda informações constantes de inquérito que comprometem o secretário de Educação do Distrito Federal, José Valente.

Com ajuda do ex-agente policial infiltrado no governo do DF, Durval Barbosa, foi apurado que Valente teria recebido R$ 60 mil da empresa Infoeducacional e repassado para o esquema que movimentou, em alguns dias, R$ 600 mil em propinas.

Também fazem parte do esquema, segundo as mesmas informações, Domingos Lamoglia, membro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, e o empresário Gilberto Lucena, dono da empresa Linknet Tecnologia e Comunicações Ltda – este, citado diversas vezes.

Uma dessas citações indica que Lucena encaminhara R$ 34 mil a Durval, após ter seu crédito de R$ 34 milhões reconhecido pelo Governo do Distrito Federal.

Ou seja, para liberar seu crédito junto ao GDF, o empresário pagou 10% a Durval Barbosa.