Por Fernando Castilho, colunista de Economia do JC Especial para o Blog de Jamildo Foi assim: o ex-prefeito e agora ex-secretário de articulação regional, João Paulo, soube por terceiros que o diretor-geral do Porto do Recife, Alexandre Catão, havia sido demitido do cargo sem que ao menos alguém do Palácio do Campo das Princesas tenha se dignar-se a avisa-lo do fato com algumas horas de antecedência.

Tocou o telefone para o secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão, e recebeu a informação de que Catão tinha sido demitido pelo secretário Fernando Bezerra Coelho (a quem formalmente ele estava subordinado) com autorização superior.

Aproveitou a mesma ligação para informar ao secretário que estava lhe enviando sua carta de demissão.

Ainda na quarta-feira, o próprio Ricardo Leitão lhe retornou a ligação, cobrando a razão da sua decisão, por coisa tão menor, expressa através da carta.

João Paulo lhe disse que poderia ser menor para o governo, mas não era para ele.

Ontem, quando Eduardo Campos reunia parte da nova equipe para anunciar as mudanças técnicas, João Paulo, estava embarcando para Brasília para uma conversa, hoje pela manhã, com ninguém menos que a ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para lhe relatar o fato.

E confirmou a demissão, depois que o radialista Geraldo Freire, da Radio Jornal, perguntou-lhe da decisão.

Abstraído as declarações oficiais de que será um soldado na campanha de reeleição de Eduardo Campos, João Paulo já não se entende com o secretário Fernando Bezerra Coelho desde a eleição para prefeito, quando FBC apoiou Cadoca e depois criticou a indicação para o cargo de João da Costa.

Entende que as ações do secretário de Desenvolvimento Econômico para se viabilizar candidato ao Senado não acontecem sem conhecimento do governador.

Pensando assim, então, decidiu facilitar as coisas: vai cuidar de sua candidatura a deputado federal, quando pretende testar o resultado de sua administração nas urnas.

Mas ficará de olho na recomendação do Diretório Nacional, expressa a ele próprio aqui no Recife há duas semanas, dizendo que não deveria se aliar a Eduardo Campos incondicionalmente, pois caso Ciro Gomes resolva ser candidato à presidência da Republica pelo PSB, a candidatura de Dilma, ou melhor, o PT de Lula, também terá um candidato aqui em Pernambuco, cujo nome julga naturalmente ser o dele ele.