No JC desta quinta Dona Canô Veloso conseguiu falar anteontem à noite com o presidente Lula e desfazer a situação desagradável criada com as declarações do compositor Caetano Veloso que, em entrevista do jornal O Estado de São Paulo, chamou o petista de “cafona, grosseiro e analfabeto”.

Foi o próprio presidente que tomou a iniciativa de telefonar para a casa dela, na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

Um dos filhos de dona Canô, irmão de Caetano, Rodrigo Veloso contou que Lula pediu para a matriarca da família não se preocupar com o episódio e que por ele “estava tudo bem”.

O presidente teria dito ainda, segundo Rodrigo, que “gosta de Caetano” e não se ofendeu com as palavras do compositor. “Os dois conversaram um tempão, mas não falaram de política”, revelou Rodrigo, aliviado com o fim do mal-entendido.

Logo que soube da entrevista de Caetano, Dona Canô, de 102 anos, manifestou a intenção de falar com Lula para pedir desculpas.

Quando soube que o presidente estava na Europa, ela desistiu, mas ficou emocionada com a iniciativa de Lula em ligar. “O presidente disse que esperava dar um abraço nela na visita que fará a Salvador, sexta-feira”, disse Rodrigo.

Na casa de Dona Canô existem duas fotos dela com Lula.

Na última vez que o presidente foi à região, no primeiro semestre, Dona Canô o encontrou.

Isso ocorreu na cidade histórica de Cachoeira, situada a poucos quilômetros de Santo Amaro, no fim de maio.

Rodrigo disse ter conversado com o irmão Caetano depois do episódio. “Ele me explicou que foi aquela coisa de entrevista: o repórter vai perguntando sobre todo tipo de assunto e ele responde.

São aquelas maluquices de Caetano”, disse sorrindo.