A Comissão parlamentar suprapartidária de deputados estaduais que esteve em Petrolina para investigar a denúncia de tortura praticada por policiais militares e federais da Bahia contra operários da empresa Majestosa Engenharia, no último dia 7 de novembro, vai solicitar ao secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, que nomeie um delegado especial para assumir as investigações.

O grupo também pretende agendar uma conversa na próxima semana com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e com o ministro da Justiça, tarso genro. “O caso está sendo bem conduzido pelo delegado da seccional de Petrolina, Manoel Medeiros, mas em virtude de se tratar de um episódio que envolve policiais de outro Estado que comumente fazem operações conjuntas em Pernambuco, identificamos que seria melhor ter alguém de fora para proceder à investigação”, informou o deputado Isaltino Nascimento (PT), que sugeriu a formação da comissão que foi à cidade sertaneja.

O grupo, no qual também estavam os deputados Aires Sá carvalho (PSB), Ciro Coelho (PSB) e Isabel Cristina, além do secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Rodrigo Pellegrino, esteve na Delegacia Seccional de Petrolina, na Promotoria de Direitos Humanos, na Majestosa Engenharia e na Superintendência da Polícia Federal em Juazeiro (BA).

Na majestosa Engenharia, os deputados foram informados que os operários vitimados estão muito asssustados, temendo por suas vidas e também de seus familiares. “Ficou claro o medo de se tornar alvo dos agressores”, informou Isaltino.

Na Promotoria de Direitos Humanos, o grupo foi recebido pela promotora Ana Rúbia Torres de Carvalho, que abriu sindicância para acompanhar o andamento das investigações policiais.

O que mais chamou a atenção dos parlamentares foi o fato de a Superintendência da Polícia Federal em Juazeiro (BA) não ter aberto nenhum tipo de procedimento para apurar a participação de policiais federais no episódio. “Por isso a importância da conversa com o ministro Tarso Genro”, destacou Isaltino, ao completar que na conversa com o governador baiano Jaques Wagner também vai pedir abertura de procedimento na PM baiana com relação ao caso, bem como celeridade, nos dois casos, da identificação nominal e fotográfica dos policiais envolvidos no episódio.

Empenho - A comissão de deputados foi formada na tarde da última segunda-feira (16) a pedido de Isaltino Nascimento, que na tribuna da Assembléia cobrou de seus pares empenho no acompanhamento do caso. “Não podemos deixar que uma violência como essa, praticada por agentes do Estado, seja esquecida”, informou Isaltino.

As averiguações policiais feitas até agora dão conta de que 14 funcionário da Majestosa Engenharia sofreram espancamentos, humilhações e sufocamentos com sacos plásticos.

Os acusados são policiais federais e militares de Juazeiro (BA) que estariam participando de uma festa de confraternização na casa de um delegado federal em Petrolina.

A versão divulgada é a de que os policiais resolveram realizar abordagens na vizinhança porque o som do carro de um deles havia sido roubado.

O alojamento da empresa de engenharia foi invadido e os funcionários pressionados para dizer que estavam com o equipamento, sem que houvesse nenhuma prova do suposto furto.