Na plateia, centenas de empresários brasileiros.
O que era para ser um debate sobre A agenda do Brasil 2011-2014, no 4º Encontro Nacional da Indústria, nesta terça-feira (17), em Brasília, transformou-se em palanque político para os senadores Aloizio Mercadante (PT), Tasso Jereissati (PMDB), e o paulista Paulo Skaf (presidente da FIESP e vice da CNI).
Possivelmente de olho nas vagas do Senado Federal, Skaf e Mercadante fizeram discursos inflamados em defesa do Governo - apesar de timidamente, Mercadante foi vaiado pela plateia -, enquanto o oposicionista Jereissati fez o papel de “advogado do diabo”, e por vezes foi bastante aplaudido pelos presentes.
Frases como “o Brasil é o País do momento”, “o mundo nos vê com esperança total”, “temos que aproveitar esse céu de brigadeiro”, foram as mais repetidas pelos governistas.
Enalteceram a Petrobras, o sistema educacional brasileiro (citando o Prouni como exemplo), a estabilidade econômica do País, em números e frases de efeito.
Jereissati, por sua vez, desandou-se a falar do “excesso de otimismo em cima da não realidade”.
Ele criticou o pífio desempenho da educação nacional, falou de “apagão portuário”, e afirmou que não se pode deixar levar por discursos ufanistas.
O pré-sal também entrou em pauta.
O senador tucano reclamou que o assunto precisa ser debatido com a sociedade, e não “em quatro meses na Câmara e Senado”.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também presente no evento, foi comedido.
Pediu a palavra mas não tomou partido.
Disse que ainda há muito por fazer, mas também que “não se pode fechar os olhos para os inequívocos avanços”. “Essa visão otimista não é ficção, o Brasil conquistará o 5º lugar no PIB do mundo”, afirmou, em tom animador.