Os aplausos não duraram nem um minuto, terminada a sessão de estreia do filme Lula, o Filho do Brasil, na abertura do Festival de Cinema de Brasília, nesta terça-feira (17).
A sensação é de que não causou tanto impacto no público, o que necessariamente não quer dizer que tenha decepcionado.
Os comentários elogiosos ao longa-metragem que retrata a trajetória do presidente ecoaram nos corredores do Teatro Nacional, que seguramente abrigou hoje quase duas mil pessoas numa sessão insuportavelmente concorrida.
Difícil de aturar porque dezenas de pessoas disputaram o chão do teatro.
Não deu para quem quis, até os atores do filme ficaram de pé - por desorganização completa do festival, que seja dito - e precisaram contar com a boa vontade dos que chegaram cedo e gentilmente cederam seus lugares às estrelas.
A primeira-dama, dona Marisa Letícia estava lá.
Ministros, deputados e afins, também.
Todos na expectativa de ver como a vida do presidente seria retratada na grande tela.
Afinal, é ou não é campanha antecipada?
Não se perguntou outra coisa antes de começar o filme.
Muitos intimados a responder, uns a dizer que sim e outros que não.
Fica ao leitor atento do Blog escolher a alternativa que mais lhe convém.
O fato é: o filme conta a história de um brasileiro, podia ser o Seu José dono de um fiteiro, que já passou por poucas e boas e não se rende, continua a respirar.
A diferença é que o cidadão em questão é o presidente do Brasil e o ano é pré-eleitoral.
Lula aparece como homem de família, trabalhador, íntegro, cristão, que tem na mãe, dona Lindu, uma conselheira.
A relação mãe e filho é explorada a exaustão, com o objetivo de comover.
Inclusive, a narrativa se encerra com a morte dela.
Lula chora, surgem imagens dos dois juntos, depois o enterro. “Teime, é só teimar”, disse Lindu pouco antes de falecer.
A imagem de mulher forte pode ser associada a outra “guerreira” que o presidente quer emplacar?
Nas telonas, Lula não fala errado, só na vida real ele se permite deslizar na concordância verbal.
Também no filme, ele prega que “o trabalhador não é de esquerda, nem de direita, antes de qualquer coisa, a gente tem que garantir o sustento da família”.
E nesse embalo, Lula é visto novamente como líder sindical, aclamado por multidões, defensor dos fracos e oprimidos.
Ele não queria a política, foi a política que o escolheu, anuncia o filme.
Na última cena, o discurso de posse dedicado a dona Lindu, quando assume a presidência em janeiro de 2003 e onde, até 2010, permanece.
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