Comissão parlamentar suprapartidária convocada pelo líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Isaltino Nascimento (PT), realiza nesta quarta-feira (18) uma série de visitas em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) para colher informações e solicitar providências com relação ao caso da tortura praticada por policiais militares e federais da Bahia contra operários da empresa Majestosa Engenharia, no último dia 7 de novembro, em Petrolina.

A comissão de deputados, que desembarca na cidade sertaneja na noite desta terça-feira (17), também vai entrar em contato com o delegado Manoel Medeiros, que investiga o caso, e com integrantes da Majestosa Engenharia, Justiça, Ministério Público e Delegacia da Polícia Federal, esta localizada em em Juazeiro.

Além do líder governista, integram a comissão os deputados Isabel Cristina (PT), Raimundo Pimentel (PSB), Ayres de Sá Carvalho (PSB) e Alberto Feitosa (PR).

A comissão foi formada na tarde da última segunda-feira (16) a pedido de Isaltino Nascimento, que na tribuna da Assembléia cobrou de seus pares empenho no acompanhamento do caso. “Não podemos deixar que uma violência como essa, praticada por agentes do Estado, seja esquecida”, informou Isaltino.

O petista também disse que entrará em contato com o governador da Bahia, Jaques Wagner, em virtude da suposta participação de PMs baianos na tortura. “Tentaremos nos reunir, em breve, com o ministro da Justiça, Tarso Genro”, disse.

As averiguações policiais feitas até agora dão conta de que 14 funcionário da Majestosa Engenharia sofreram espancamentos, humilhações e sufocamentos com sacos plásticos.

Os acusados são policiais federais e militares de Juazeiro (BA) que estariam participando de uma festa de confraternização na casa de um delegado federal em Petrolina.

A versão divulgada é a de que os policiais resolveram realizar abordagens na vizinhança porque o som do carro de um deles havia sido roubado.

O alojamento da empresa de engenharia foi invadido e os funcionários pressionados para dizer que estavam com o equipamento, sem que houvesse nenhuma prova do suposto furto.

Duas das vítimas estão internadas em hospitais do Sertão e estão sendo contactadas pela Polícia Civil de Pernambuco, que investiga a denúncia e tenta identificar os supostos agressores.

As outras ainda estão sendo identificadas para prestar esclarecimentos sobre o caso.

O delegado Manoel Martins também solicitou à Polícia Federal e à Polícia Militar da Bahia a identificação dos policiais que participaram da festa.