Diogo Mainardi, na Veja “A cada dois anos, o ‘subperonismo lulista’ cria uma sigla para controlar a imprensa.

Atacando em duas frentes: editorial e comercial.

A imprensa, de bombardeio em bombardeio, de anúncio em anúncio, de chantagem em chantagem, amedronta-se e domestica-se” Lula tem de parar de alisar os cabelos.

Em 14 de dezembro, ele inaugurará a Confecom.

Por extenso: Conferência Nacional de Comunicação.

Uma das propostas encaminhadas à Confecom pelo Conselho Federal de Psicologia é proibir a propaganda com pessoas de cabelos alisados, com o argumento de que ela pode causar “transtornos de toda ordem”, comprometendo “a integridade física e psicológica” de quem a assiste.

O que dizer de Lula?

O que dizer de seu cabeleireiro Wanderley?

A Confecom é igual à Ancinav.

Ela é igual também ao CFJ.

A cada dois anos, o “subperonismo lulista” cria uma sigla para controlar a imprensa.

Atacando em duas frentes: editorial e comercial.

Inicialmente, as empresas do setor concordaram em participar da Confecom.

Depois, elas se deram conta da armadilha preparada por Franklin Martins e pularam fora.

Só restaram entidades como CUT, Abragay e Conselho Federal de Psicologia.

Que, além de proibir a propaganda com pessoas de cabelos alisados, recomenda proibir igualmente a propaganda de carros, porque “o estímulo ao transporte individual ofusca as lutas por um transporte público de qualidade” e aumenta “o número de mortes em acidentes de trânsito”.

A Ancinav fracassou.

O CFJ fracassou.

O que acontecerá com a Confecom?

Fracassará.

Mas a imprensa, de bombardeio em bombardeio, de anúncio em anúncio, de chantagem em chantagem, amedronta-se e domestica-se.

Lula sabe disso.

Franklin Martins sabe disso.

O resultado é que, nos últimos dias, Dilma Rousseff também passou a atacar a imprensa, com aquele tom autoritário de professora de ginástica da série Porky’s, sempre com o apito na boca.

Os repetidos ataques à imprensa do Porky’s subperonista fazem parte daquilo que o lulismo chamou de “campanha plebiscitária”.

Em 2010, Lula, Franklin Martins e Dilma Rousseff pretendem estabelecer “o confronto entre dois programas, entre dois Brasis”: o de Lula e o de Fernando Henrique Cardoso.

Trata-se da estratégia eleitoral mais obtusa de todos os tempos.

Sempre que o PT apostou na tese dos “dois Brasis”, ele se danou: o Brasil do passado e o Brasil do presente, o Brasil do Norte e o Brasil do Sul, o Brasil branco e o Brasil preto, o Brasil rico e o Brasil pobre, o Brasil das empresas estatais e o Brasil das empresas privadas, o Brasil educado e o Brasil analfabeto, o Brasil dos cabelos alisados e o Brasil em que ninguém pode alisar os cabelos, o Brasil da imprensa independente e o Brasil da Confecom.

Contra a campanha plebiscitária do PT, o PSDB já tem a campanha pronta.

Basta dizer: “O Brasil é um só”.