O prefeito do Recife, João da Costa, reconheceu, na II Conferência Municipal de Habitação, que foi aberta na noite desta sexta-feira (13), que o Recife ainda precisa avançar muito na questão habitacional. “Devemos reconhecer que nos últimos oito anos bastante coisa mudou, mas, muita gente ainda precisa de uma moradia decente, com dignidade, sobretudo, para receber um convidado.
Já estamos construindo, tijolo a tijolo, e o que é mais importante, com a participação e a escolha de cada um de vocês”, disse João da Costa, na presença de representações populares, movimentos sociais e os 455 delegados escolhidos nas pré-conferencias realizadas em agosto -, lotaram o auditório da Faculdade de Filosofia do Recife (Fafire).
O principal objetivo do encontro é avaliar as conquistas realizadas na cidade na área de habitação, assim como criar, junto com setores da sociedade, idéias e propostas com intuito de avançar nas políticas públicas desenvolvidas ao longo dos anos.
Dentre as ações citadas pelo prefeito, estão a garantia da verba para nos próximos dois anos serem construídas 10 mil casas no Recife.
Na última terça-feira (10) foram liberados, pelo presidente Lula, R$ 45 milhës para serem investidos em moradias nas comunidades Escorregou Tá Dentro, Tejucupapo, Vila Independência e completar a verba para a construção de 520 apartamentos na comunidade do Pilar.
Ainda neste mês será assinada a ordem de serviço do PAC Beberibe, onde serão construídas mais de 1000 casas.
Para o prefeito, esse é um primeiro passo. “Agora vamos buscar o que é preciso para quem mora na casa viva com dignidade e possa pagar as contas; além disso, é preciso ter a documentação para comprovar que é o proprietário.
Por isso lançamos o programa de construção de 40 creches para que assim as mães possam trabalhar e no expediente os filhos fiquem bem cuidados”, exemplificou.
As atividades da Conferência continuam neste sábado (14), quando o secretário de Habitação, Heraldo Selva, apresentará um balanço das políticas e ações públicas desenvolvidas na área, nos últimos cinco anos.
Serão debatidos, também, programas do Governo Federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, linhas de financiamento, o Fundo Nacional de Habitação, entre outros. À tarde os participantes irão, em grupos, deliberar sobre as propostas.
No domingo (15) elas serão avaliadas na Plenária Final, onde serão escolhidas as principais diretrizes.
No final do evento, serão eleitos os 22 membros do Conselho Gestor do Fundo Municipal.
Para a representante dos Movimentos que Lutam pela Moradia, Ana Paula da Silva, a ocasião é uma oportunidade de mudança. “Vamos discutir e fazer uma proposta realmente eficaz para mudar a vida de quem mora em ocupações”.
O representante do Fórum Estadual de Reforma Urbana, Flavio Melo, dá um exemplo de como a moradia atrapalha a vida do cidadão. “Sem ter onde morar, não é possível nem fazer uma compra, já que todos perguntam o endereço.
Essa luta já avançou muito e vai avançar ainda mais com a participação de todos”.