Por Eduardo Machado, no PEbodycount Desde que começamos o PEbodycount é difícil passar um mês sem que recebamos uma denúncia de violência policial no Sertão pernambucano.

Os relatos são de pessoas sem qualquer histórico criminoso vítimas ou parentes de vítimas da brutalidade de agentes do estado.

O fato mais recente ocorreu no último fim de semana em Petrolina.

Catorze funcionários da empresa Majestosa Engenharia teriam sido espancados, humilhados e torturados por policiais militares e federais que participavam de um festa de confraternização na casa de um delegado federal.

Na festa estavam policiais federais e militares da Bahia e de Pernambuco.

O carro de um PM baiano foi arrombado durante a confraternização e os colegas partiram em “diligências” para localizar o aparelho de som roubado.

Acharam que o CD player estaria no alojamento da Majestosa Engenharia, local onde descansavam os 14 operários.

O prédio foi invadido e a partir daí começou a tortura. “Cheguei no local e encontrei três policiais chutando um funcionário nosso no chão.

A pancadaria, as ameças e o terror duraram mais de duas horas.

Não acharam nada no alojamento e tivemos que levar três empregados para o hospital”, disse uma testemunha das agressões.

Isso tudo ocorreu no último sábado.

Apesar das rádios e televisões da região de Petrolina terem divulgado amplamente o caso, nenhuma investigação foi iniciada.

No papel mesmo, só o pedido de demissão conjunta dos 14 operários que deixaram Petrolina para nunca mais voltar.