(Foto: Marcos Michael / JC Imagem) De Cidades / JC O Parque Dona Lindu, localizado na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a obra mais polêmica dos últimos anos, com sucessivos atrasos, não vai mais ficar pronto em dezembro.

Em julho, o prefeito João da Costa, na tentativa de apagar críticas aos primeiros seis meses de gestão, convocou a imprensa e garantiu que a população, enfim, receberia o parque em dezembro.

Apesar do calendário atrasado, a prefeitura assegurou, na ocasião, que, desta vez, os prazos seriam cumpridos. “Vai ser uma festa”, disse o prefeito.

A festa foi adiada.

O pior: não existe novo prazo para a inauguração.

A corrida agora é para pelo menos acabar, até dezembro, a parte externa.

Um dos grandes problemas é que houve mudança nas definições dos equipamentos dos módulos de exposição e do teatro.

A aparelhagem tecnológica que havia sido especificada, no início de 2007, está sendo redefinida porque ficou ultrapassada.

Para isso, a prefeitura vai precisar assinar um contrato aditivo.

O engenheiro de produção do Consórcio Concrepoxi/Triunfo, responsável pela construção do parque, Bruno Ventura, afirmou, na manhã de ontem, que era impossível acabar todas as intervenções até dezembro. “Não há condições.

Ainda não há uma nova data.” Bruno Ventura explicou que indefinições no projeto da parte interna do teatro prejudicou o andamento e atrapalhou o cronograma. “Foram feitas mudanças nas especificações da parte interna.

A licitação é do início de 2007.

Estamos com dois anos de defasagem tecnológica.

Haverá um aditivo, mas o custo deve ficar quase o mesmo.

O aumento será insignificante.

O problema é que existe toda uma burocracia para fazer estas alterações.” Em julho, quando garantiu o parque para dezembro, João da Costa chamou para si e para sua administração a responsabilidade na entrega das obras. “As condições para isso foram dadas.

Nós temos recursos.

Temos parceiros e uma equipe motivada para que esses resultados aconteçam.

A perspectiva dos resultados neste segundo semestre é bastante animadora e vai depender da nossa capacidade administrativa e da nossa articulação com a sociedade”, afirmou, assumindo o ônus, caso os anúncios ficassem no campo das promessas.

O ritmo da obra não é o mesmo do ano passado.

O ex-prefeito João Paulo, no apagar das luzes de sua gestão, no fim de 2008, fez questão de inaugurar o parque, mesmo inacabado.

A inauguração de fachada contou com a participação do presidente Lula. “Hoje, posso dizer que a obra está sendo tocada num ritmo normal.

Não no ritmo frenético do ano passado.” No fim de 2008, o canteiro de obra tinha 300 funcionários.

Hoje, o número varia entre 150 e 200. “Isso é normal.

Toda obra tem um entra e sai de operários.” O engenheiro acredita que, até o fim do ano, acaba a obra civil. “A parte civil a gente consegue concluir.

Vamos fazer o acabamento externo, pintura e repintura.” Hoje, ainda falta terminar o piso e o forro dos dois módulos e da chamada esplanada, localizada à frente dos dois grandes blocos de concreto.

A Prefeitura do Recife foi contactada para falar sobre o assunto.

Pela manhã, a assessoria de imprensa da Secretaria de Planejamento informou que as pessoas que poderiam repassar informações sobre o Dona Lindu estariam presas em reunião durante todo o dia e que, dificilmente, teriam tempo para falar.

Até o fechamento desta edição, às 21h, não houve retorno.

O Dona Lindu está orçado em R$ 29 milhões.

A obra, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sofreu cinco embargos.