De O Estado de S.Paulo A comissão escalada pelas cúpulas do PMDB e do PT para tentar um entendimento nos Estados em que os dois partidos estão em disputa aberta nas eleições de 2010 fazem sua primeira reunião na manhã desta quinta-feira, na sede do PT em Brasília.

Os dez petistas e dez peemedebistas que compõem a comissão fizeram reuniões prévias para levantar os problemas eleitorais Brasil afora, tal como ficara acertado quando PT e PMDB fecharam a aliança nacional.

Duas semanas depois do pré-compromisso firmado no Palácio do Planalto em torno da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o maior desafio é compor as legendas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Ceará e Bahia.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, não se conforma de liderar as pesquisas eleitorais com mais de 40% das intenções de voto em qualquer cenário e ainda ter de enfrentar a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), que não ultrapassa 12% de preferência.

Disse que, deste jeito, perdem os dois.

O governador Sérgio Cabral (RJ) também não aceita a candidatura de Lindberg Farias (PT), que já obteve o apoio do diretório fluminense para se apresentar como candidato no horário eleitoral do PT no rádio e na televisão.

O programa vai ao ar no fim de novembro.

No Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli mandou avisar que está pronto para apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff, mas que não o fará caso o ex- governador José Orcírio Miranda dos Santos - o Zeca do PT - entre na briga pelo governo estadual.

Para demonstrar boa vontade, ele avisa que já se acertou com o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e que não haverá dificuldade em fazer uma dobradinha com o petista.

Também é grande a gritaria do PMDB contra o PT no Ceará - do deputado e ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB).

O protesto aí é contra a candidatura ao Senado do ministro da Previdência Social, José Pimentel.

Em jantar da cúpula peemedebista ontem à noite na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP), Eunício se queixou de que Pimentel faz uma campanha agressiva com dinheiro da Previdência para competir com ele.

A preocupação dos governistas no Ceará é grande porque uma das duas vagas ao Senado deve ficar com a oposição, já que o senador Tasso Jereissati (PSDB) disputa a reeleição com o apoio do governador Cid Gomes (PSB) e do irmão Ciro, deputado e presidenciável do PSB.