Segundo o ministro Joaquim Barbosa, a denúncia passou a descrever a forma como eram captados os recursos das empresas públicas Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais) para serem utilizados pelo comitê de campanha de reeleição de Azeredo ao governo mineiro.

Segundo a denúncia, o então governador Eduardo Azeredo teria determinado ao secretário-adjunto de Comunicação Social do estado, Eduardo Guedes, a expedição de ofícios às empresas Copasa, Comig e Bemge, para o patrocínio do Enduro Internacional da Independência.

O alegado patrocínio, citou o ministro ao ler a denúncia, implicou a transferência de recursos estatais para a empresa SMP&B Comunicação, responsável pela veiculação publicitária do evento.

Mas os recursos não seriam aplicados no evento.

Visando a ocultação da origem desses recursos, os empresários da SMP&B pegariam empréstimos junto ao Banco Rural para aplicar na campanha de Eduardo Azeredo e tais empréstimos seriam liquidados com os recursos públicos que a SMP&B deveria destinar ao Enduro Internacional da Independência, “numa triangulação típica do crime de lavagem de dinheiro”, afirmou o ministro.

A transferência ilícita, segundo a denúncia, revelaria a participação da Copasa com R$ 1,5 milhão e da Comig com outro R$1,5 milhão.

Como o valor de R$ 3 milhões era muito alto para patrocinar um único evento, foram listados outros dois eventos desportivos a serem patrocinados: o Iron Biker e o Supercross.

Acrescentou o ministro que “o esquema não teria sucesso sem a participação de integrantes da cúpula do governo de Minas Gerais e da campanha à reeleição.

As duas cúpulas eram formadas, sem prejuízo da participação de outras pessoas, pelos mesmos personagens [Eduardo Azeredo (governador), Walfrido dos Mares Guia (vice-governador) e Clésio Andrade (candidato a vice-governador)”.