(Foto: Ricardo Stuckert / PR) Falando a profissionais da área de saúde no Recife e na presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o presidente Lula fez agora há pouco, no Centro de Convenções, um mea culpa do combate às drogas no Brasil.
No encontro, o presidente pediu ajuda da platéia com sugestões e disse que o governo federal não sabia ainda como enfrentar o problema, em especial o avanço do crack. “Queria pedir de coração a vocês que dedicassem um pouco do tempo deste seminário para debater o futuro do país e das pessoas que não estão aqui.
Há uma questão séria, que não é brasileira, americana, francesa ou boliviana, que é a questão das drogas.
Está ficando claro que do jeito que nós estamos tratando as drogas até agora não está dando resultado.
O que estamos vendo é gente cada vez mais jovem envolvida com o crack, que é a borra da cocaína.
E nós sabemos os efeitos que o crack está provocando nas nossas periferias.
Nem o governo nem o ministro tem a receita para resolver o problema, mas o dado concreto é que o problema está ficando sério”, frisou.
Antecedendo o seu discurso, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, já havia tratado do tema, pedindo atenção do presidente para o problema. “A fome e a Aids são ainda um desafio, mas temos que trazer a preocupação com o drama das drogas e do crack, na periferia do Brasil hoje. É um questão severa e forte como a Aids para os africanos”, comparou Campos.
Na sua sétima visita a Pernambuco, já confirmada a oitava para o próximo dia 19 de novembro, para a inauguração de uma fábrica da Perdigão, ao abordar a questão das drogas, o presidente disse ainda que os brasileiros é que devem cuidar de seus problemas na área. “(Do contrário) fica fácil para um país rico mandar colocar uma base na Colômbia e dizer que está cuidando do combate às drogas.
Que eles cuidem de seus viciados internos.
Se não existissem os viciados, não haveria drogas para vender”, criticou.
Sem abordar a questão das drogas de forma enfática em seu discurso, o ministro da Saúde fez um discurso político, reclamando da perda de recursos da CPMF, ainda em 2007. “A oposição foi vil ao derrubar a CPMF.
Eles impediram que R$ 24 bilhões chegassem na ponta do sistema, enquanto a sonegação e o caixa 2 continuam.
A CPMF impedia isto”, reclamou.
Lula também abordou o tema. “Eles preferiram dizer assim: vamos prejudicar o Lula, mas acabaram prejudicando uma parte da população brasileira que não pode pagar plano de saúde e precisa do SUS.
Na sua fala mais extrovertida, Lula brincou com a fome, ao elogiar a memória de Josué de Castro. “As pessoas que falam contra o combate à fome fazem isto porque nunca viram a lombriga maior comendo a menor, aquele barulho infernal no estômago da gente”, pontificou.
No evento, Lula anunciou a compra de 1,6 mil ambulâncias para reforçar o Samu, programa que ele fez questão de elogiar publicamente citando o caso do resgate dos sobreviventes do mais recente acidente aéreo na Amazônia.
Como um funcionário da Funasa morreu no acidente, Lula pediu um minuto de silêncio em memória dos mortos.
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