Deu na Folha de S.Paulo A investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o patrimônio do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia revelou que ele manteve até o ano passado R$ 2 milhões numa conta da Caixa Econômica Federal.

O valor foi considerado incompatível com os rendimentos do ex-diretor-geral pelo ministro sorteado para analisar o caso, Raimundo Carreiro.

O ministro, porém, abandonou a relatoria por discordar da avaliação da área técnica do tribunal, que, por sua vez, não identificou irregularidades.

Agaciel passou a ser investigado pelo TCU porque a Folha revelou, em março, que ele ocultou da Justiça ser dono de uma casa avaliada em R$ 5 milhões.

O caso provocou sua demissão na Direção Geral, que chefiava havia 14 anos.

Carreiro discordou do trabalho dos técnicos do TCU.

Nessa análise, foi confrontada apenas a renda do servidor com o valor do imóvel.

O dinheiro depositado no banco foi desconsiderado pelos técnicos do tribunal.

Eles concluíram que Agaciel tem condições financeiras para justificar a posse da casa.

Antes de ser nomeado ministro, Carreiro trabalhou por 38 anos no Senado.

Atuou por 12 anos como secretário-geral da Mesa, cargo similar e com salário próximo ao de Agaciel. “Não concordei com a forma do cálculo que fizeram para concluir que ele poderia comprar a casa.

Foi por isso que devolvi [o caso], e não porque ele é meu amigo ou meu inimigo.

Isso para mim não tem problema algum, não me sentiria desincompatibilizado por isso”, disse o ministro do TCU.

A decisão de Carreiro de sair do caso poderá resultar numa espécie de “atestado de boa conduta” para Agaciel.

A investigação ocorreu a pedido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), padrinho político de Agaciel e responsável por sua nomeação para a Diretoria-Geral, em 1995.

Aroldo Cedraz é o novo relator do caso.

O ministro não quis dar entrevista, mas a Folha apurou que ele deverá seguir a orientação da área técnica do TCU.

A reportagem não conseguiu falar com Agaciel.

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