Por Carla Seixas, de Economia / JC Responsáveis por uma movimentação anual que só este ano deve ficar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em todo o País, o setor de farmácias soma hoje cerca de 72 mil pontos de vendas e vem se revelando um dos segmentos mais disputados no Estado de Pernambuco.

A estimativa é que a fatia pernambucana de todo o mercado seja equivalente a 3% das vendas totais – cerca de R$ 900 milhões – seguindo a composição de pontos de vendas, hoje em cerca de 2,8 mil.

E foi na esteira do enfraquecimento de uma das maiores redes locais, a Farmácia dos Pobres – em processo de recuperação judicial desde o ano passado – que o Estado chamou ainda mais a atenção dos empresários do segmento, posicionando-se como um dos principais destinos de expansão das grandes redes.

Completando um ano da primeira loja do grupo no Estado agora em novembro, a gerente e coordenadora farmacêutica da rede Big Ben no Estado, Renata Loureiro Milfont, comemora os números em Pernambuco da rede originariamente paraense. “Os sócios viram a oportunidade deixada pela Farmácia dos Pobres e estão muito satisfeitos com o Estado.

Temos até uma equipe de corretores para prospectar terrenos em busca de novos pontos”, comenta Renata.

Presente em quatro Estados, hoje a Big Ben soma 120 lojas no Brasil, dos quais quatro pontos estão em Pernambuco.

Outros quatro serão abertos até janeiro próximo.

O investimento médio em cada nova unidade local chega a R$ 400 mil, com farmácias que ocupam cerca de 500 metros quadrados e uma média de 23 postos de trabalho em cada uma delas.

No Recife, os dois bairros onde a Big Ben atua são Encruzilhada e Boa Viagem.

O município de Olinda tem uma, mas vai receber outra em breve, além de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. “A gente só não abriu mais lojas porque não encontra terreno”, diz a coordenadora.

Líder do mercado e com expectativa de faturar R$ 2 bilhões este ano, a Pague Menos fechou 2009 com 40 novas unidades no Brasil e alcançou a marca de 340 pontos comerciais, presente em todo o País. “Estamos crescendo em vendas 22% este ano contra 2008.

Por isso, nós estamos investindo muito.

Foram R$ 40 milhões este ano e em 2010 serão outros R$ 40 milhões, além de R$ 20 milhões em um centro de distribuição no Sudeste”, relata o presidente do grupo Pague Menos, Deusmar Queirós.

Ele revela que Pernambuco está entre os Estados de destaque da empresa. “É um mercado consumidor importante.

Tem duas coisas que a pessoa não pode deixar de comprar: remédio e comida.

Ninguém adia essas compras”, destacou ele, demonstrando o que é, sem dúvida, um dos impulsionadores desse complexo mercado.

Para visualizar o que o Estado representa para a rede, enquanto São Paulo, com cerca de 30 unidades e uma economia bem superior a pernambucana tem 8% do mercado do grupo, Pernambuco soma 32 lojas e representa 10% do faturamento total. “Acho que o nordestino é fiel ao que é do Nordeste”, brinca o empresário.

Fiel ou não, a meta da empresa em 2010 é partir para municípios com mais de cem mil habitantes dentro de Pernambuco já de olho também no potencial do interior.

Rivalizando de perto no Estado com a Pague Menos, a Farmácia Guararapes tem hoje 40 unidades e ganhou fôlego novo quando, há cerca de cinco anos, mudou de investidores e mais que dobrou o número de pontos comerciais. “Fizemos alteração na marca, climatizamos as lojas e o consumidor entendeu.

Esperamos fechar 2009 com vendas 28% acima das de 2008”, diz Flávio José, gerente comercial da empresa.

O ganho de capilaridade foi basicamente dentro da Região Metropolitana do Recife, mas há interesse também em praças como João Pessoa e Maceió.

Mas o plano de expansão para 2010 ainda está sendo fechado.