(Foto: Renato Spencer / JC Imagem) De Política / JC Em meio a mudanças no formato da gestão municipal, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), reagiu ontem aos novos rumores de que sua relação com o ex-prefeito e atual secretário estadual de Articulação Regional, João Paulo, estaria em atrito.
Atribuiu essas informações a pessoas interessadas em intrigá-los. “Não vou passar meu governo todo falando se estou bem ou mal com João Paulo.
Isso é mais tentativa de outros querendo estabelecer dificuldades na nossa relação.
Isso já faz seis meses que vai e volta”, afirmou, demonstrando contrariedade.
João Paulo também negou estremecimentos.
Mas, quando questionado ontem sobre como está a relação com seu aliado, desconversou. “Tenho me dedicado muito a minha secretaria e ele à prefeitura…”, disse.
Informações vindas dos bastidores, de pessoas ligadas ao atual e ao ex-prefeito, dão conta de mais uma insatisfação de João Paulo com seu sucessor, que ele tem externado em conversas reservadas.
Depois da saída de peças-chaves oriundas da gestão anterior, Costa estaria reordenando algumas ações que eram prioritárias para o ex-prefeito e que ele esperava que permanecessem como tal.
Mesmo sem entrar no mérito, João Paulo, em conversa ontem com o JC, admitiu que houve mudanças na “linha política” deixada por ele.
Mas evitou comentá-las. “Tenho me dedicado muito à minha secretaria, não tenho muitas informações da Prefeitura do Recife”, reforçou.
Por outro lado, João da Costa vem procurando colocar sua marca na administração, justamente elencando prioridades que não estariam no rol do antecessor.
Um petista, que pediu anonimato, fez uma avaliação que pode servir de definição para o distanciamento entre os dois, e também de recado. “Uma coisa é aliado, outra é subordinado.
João da Costa continua aliado de João Paulo, mas usa outros critérios para a gestão, o que é natural.
Ele é mais atento a questões técnicas enquanto João Paulo era mais com as políticas”, comentou.
Aliados dos dois petistas ouvidos pelo JC garantem que há o sobressalto na relação, principalmente por iniciativa do ex-prefeito, mas asseguram não haver um rompimento.
Essa é a terceira vez este ano que surgem notícias de estremecimentos entre ambos.
No mês passado, no aniversário do presidente da Câmara Municipal, Múcio Magalhães (PT), os dois se encontraram e Costa admitiu que havia “ruído” na relação.
E em junho, o desgaste entre eles ficou evidenciado em uma entrevista ao JC da então secretária de Gestão Estratégica Lygia Falcão, braço direito de João Paulo, expondo a “baixa articulação interna” da administração e acusando “indefinições” na gestão.