De Política / JC Definitivamente, a campanha eleitoral de 2010 dominou as discussões no campo político.
O bate-boca entre governo e oposição, antes restrito à esfera partidária, descambou para o lado pessoal.
Depois que o sociólogo José Arlindo, ex-secretário de Planejamento do governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), chamou o governador Eduardo Campos (PSB) de “populista” e de “pouco inteligente”, em resposta a uma declaração de Eduardo - que considerou as duas gestões de Jarbas limitadas a “uma obra só” (referindo-se à BR-232) -, agora foi a vez do atual secretário estadual de Planejamento, Geraldo Júlio, contra-atacar.
Dizendo-se “decepcionado” com o tom de José Arlindo, Geraldo Júlio classificou o sociólogo de “reacionário”.
Disse que o ex-secretário de Jarbas deixou as trincheiras do “campo popular” para se unir às “forças reacionárias”, citando especificamente o DEM – que integra a oposição ao lado do PMDB e do PSDB – cujos integrantes apoiaram o regime militar.
Nem o próprio Jarbas foi poupado.
Geraldo Júlio acusou o senador de não ter patrocinado ações na área de planejamento, o que teria revelado falta de compromisso daquele governo com a obtenção de resultados.
E foi mais além, ressaltando que essa postura demonstrou a “carência” das gestões de Jarbas na realização de diagnósticos, na definição de estratégias e na capacidade de executar planos. “Não deve ser fácil, para eles, ver tudo isso acontecer (no governo Eduardo Campos) depois do marasmo que viveram e construíram por falta de objetividade e estratégia”, frisou.
Irônico, Júlio citou que, além da BR-232, Jarbas privatizou a Celpe, o que contribuiu para que a conta de energia acumulasse um aumento de 200% até 2006.
Jarbas preferiu não alimentar a polêmica.
De acordo com o porta-voz do Palácio, o papel desempenhado por Eduardo Campos é o oposto ao de Jarbas.
O governador, segundo Júlio, envolve-se diretamente no planejamento e na execução dos projetos. “O conjunto de obras no Estado é algo nunca visto.
Obras públicas e privadas – de empreendimentos atraídos – fizeram a construção civil crescer 19% no primeiro semestre deste ano em Pernambuco.
No País, esse setor teve uma queda de 10% no mesmo período”, frisou.
O secretário elencou os projetos em execução e disse que o governo procura estabelecer parcerias com outros poderes e órgãos públicos. referiu-se à maratona de visitas patrocinada pelo Palácio para que todos testemunhassem os “avanços” da gestão.
E lamentou as críticas de José Arlindo a programas como o Prometrópole e Promata, criados pelo ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, e fortalecidos na atual administração.