O otimismo do empresário industrial ficou, em outubro, acima dos níveis pré-crise, indicando a consolidação do processo de crescimento e a possível retomada dos investimentos. É o que aponta o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado nesta segunda-feira (26/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pela internet.

O indicador alcançou 65,9 pontos, uma alta de 7,7 pontos ante o dado anterior, de julho, e de 18,5 pontos em relação a janeiro deste ano, quando teve o pior resultado desde o início da crise. “Os resultados indicam que o empresário está percebendo o fim da crise e aposta em uma recuperação sustentada no futuro”, avaliou Renato da Fonseca, gerente-executivo da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI.

Ele explicou que os números são mais fortes do que antes do início da crise porque partem de um patamar mais baixo. “Antes, a produção industrial estava num ritmo forte, então o empresário não acreditava que subiria muito.

Como agora estamos com uma produção ainda inferior em relação ao ano passado, o empresário tende a apostar numa alta mais rápida”, analisou.

Fonseca lembrou que o ICEI é um indicador de evolução e não de faturamento real ou produção física, ou seja, ele aponta se o empresário acredita que haverá crescimento e não o quanto já evoluiu ou deve crescer.

O ICEI subiu puxado principalmente pela componente que avalia as condições atuais da economia brasileira e da empresa em relação aos seis meses anteriores.

Esse indicador subiu de 47,2 pontos em julho para 60,5 pontos. É a primeira vez que esse indicador supera, neste ano, a linha dos 50 pontos (valores abaixo de 50 indicam falta de confiança e, acima disso, otimismo). “A avaliação sobre as condições atuais denota que o industrial acredita que a crise acabou”, salientou Fonseca.

A componente do ICEI sobre as expectativas dos empresários para os próximos seis meses também teve aumento: saiu de 63,6 pontos em julho para 68,7 pontos em outubro. “Essa alta revela o otimismo crescente do empresário, indicando inclusive a retomada dos investimentos”, afirmou Renato da Fonseca.

O ICEI registrou alta, tanto ante julho deste ano quanto na comparação com outubro de 2008, nos três portes de empresas.

O indicador subiu mais entre as grandes empresas: 8,7 pontos ante julho, tendo ficado em 68,1 pontos. “A grande empresa é normalmente quem reage mais rápido às mudanças de cenário”, lembrou Fonseca.

Entre as médias, o indicador ficou em 65,9 pontos, 7,4 pontos a mais do que em julho.

Entre as pequenas, o ICEI foi de 63,1 pontos, 6,9 pontos acima do patamar de julho.

A pesquisa foi elaborada entre os dias 30 de setembro e 23 deste mês.

O questionário foi respondido por um total de 1.418 empresas, das quais 198 de grande porte, 401 médias e 819 de pequeno porte.

O ICEI é trimestral.