Por Vanessa Beltrão, do JC Online, especial para o Blog de Jamildo Em palestra na capital pernambucana, o repórter investigativo da Rede Globo, César Trali conversou, na manhã desta sexta-feira (23), com estudantes pernambucanos sobre sua experiência profissional.

Em tom descontraído, para auditório lotado da Unicap, Tralli comentou o fato de ter passado oito anos da sua vida invetigando o ex-governador de São Paulo e atualmente deputado federal, Paulo Maluf. “Eu acho que eu fui para o jornalismo por causa do Maluf”, conta o repórter, que também afirmou ter ficado contente quando o político passou 55 dias na cadeia. “Comemorei”, disse.

Sobre a prisão do traficante Juan Carlos Ramírez Abadia, outra cobertura de destaque em sua carreira, Tralli disse que o rosto do criminoso - por conta das cirugias plásticas - se transformou numa mistura dos cantores Michael Jackson com Fred Mercury.

Outro momento de destaque na palestra, foi quando afirmou que a polícia vem se corrompendo. “Não consigo lembrar, nos últimos anos, um caso em que não tenha participação de um policial.” Tralli ressaltou, no entanto, que conhece policiais sérios no País.

O repórter comentou ainda um caso recifense, em que cidadão belga atropelou cinco pessoas - matando uma delas - no Ipsep, na manhã dessa quinta (22).

O homem estava dirigindo sem habilitação. “Eu duvido que esse belga dirigiria na Bélgica sem carteira de habilitação”.

Tralli falou sobre os crimes de “colarinho branco”, disse considerá-los “os mais graves”. “Se o exemplo bom não vier de cima não adianta consertar a base”.

Com relação a sua segurança pessoal, disse que anda nas ruas como cidadão qualquer, e que, apesar das ameaças e tentativas de suborno que recebeu, ele dispensa a companhia de guarda-costas e assumiu ter pavor de carro blindado.

Tralli revelou ainda que carrega na bolsa uma câmera pequena, lanternas e pilhas, para qualquer emergência.

Ao final do encontro, o repórter disse ainda que mantém relação fiel com suas fontes, que já discutiu com chefes de redação por conta disso, e acabou levando furos para preservar informantes.