Mais uma alteração no projeto da Via Mangue foi conseguida pelo Ministério Público de Pernambuco junto à Prefeitura do Recife.

Em reunião realizada na tarde e noite de ontem (19), os promotores de Justiça André Silvani, Alda Virgínia de Moura e Flávio Falcão conseguiram com que o traçado da via recuasse 50 metros no trecho que passa pelo aeroclube garantindo, assim, uma faixa maior para preservação do manguezal existente e reflorestamento.

Os promotores ainda estão preocupados com o projeto de implantação do Parque dos Manguezais, assunto que será discutido internamente pelo MPPE ainda esta semana.

Além dos promotores, participaram da reunião analistas ministeriais de Arquitetura e Engenharia e, representando a Prefeitura, o presidente da Empresa de Urbanização do Recife, Jorge Carreiro.

De acordo com o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Meio Ambiente, André Silvani, o projeto apresentado pela Prefeitura não deixa muito claro qual será a área incluída no parque e, portanto, com preservação garantida.

O Ministério Público defende que todo o manguezal seja protegido, de acordo com o que determinam as constituições Federal e Estadual. “A cidade esta crescendo em direção ao mangue e essa é nossa principal preocupação.

A prefeitura apresentou uma proposta de ‘cinturão verde’ que deixa totalmente descoberta e sujeita a invasões a área do manguezal mais próxima da Imbiribeira”, comentou.

A ideia é fazer com que a Prefeitura se comprometa a fiscalizar a área no sentido de congelar a ocupação existente e tomar as devidas providências para que as invasões sejam corrigidas. “O mangue é um filtro biológico natural, previne alagamentos, tem uma função paisagística e gera alimentos na cadeia alimentar básica dos animais marinhos.

Hoje, a maior causa de redução de pescado não é a poluição, mas a supressão de manguezal”, afirmou Silvani.

A URB também concordou que a compensação ambiental de 0,5% do valor do empreendimento, prevista na legislação, seja para a utilização em estudos ambientais que permitam a efetiva criação de uma unidade de conservação na área, compreendida esta em todo o perímetro do ecossistema, incluindo espelhos d’água, manguezais ciliares circundantes.

Na semana passada, em uma primeira audiência com a Prefeitura, o Ministério Público já havia conseguido uma série de modificações no projeto que vão reduzir a quantidade de mangue a ser suprimida com a construção da via, que fornecerá um trajeto alternativo de veículos entre o Cabanga e Boa Viagem